06/11/2011
Solenidade de todos os Santos
“O bem aventurado cowboy!”
Personagens: narrador, Xerife, Tião Grandão, Zequinha,
Luizinho, mulher 1, mulher 2, homem 1,
Narrador: a história de hoje se passa no velho
oeste, e como em todo faroeste, lá está Tião grandão, o cowboy. Apesar do nome
ele é manso que dá dó. Nestes momentos de calmaria ele joga dominó com as
crianças.
Tião: o importante é ter estratégia, saber
qual é a melhor pedra em cada rodada.
Zequinha: tá falando o que aí, hein? Joga
logo, tio! Antes que o meu pai chegue e pegue a gente jogando dominó na mesa
dele!
Luizinho: o Zequinha só porque é o filho do
xerife fica dando ordens. Quero ver agora...bucha de seis.
Tião: que isso, me fechou nas duas
pontas...passo.
Zequinha: viu só? Fala demais e não joga é
nada...nem parece que é cowboy. Bati!
Tião: mas que conversa é essa? Eu sou o
maior cowboy desta cidade. Se quer saber, há mais de dois anos que eu não levo
nenhum tiro.
Luizinho: só porque nunca precisou enfrentar
um bandido perigoso mesmo.
Zequinha: é mesmo, nunca venceu ninguém. Meu
pai sim, ele que é bravo de verdade!
Tião: é por que violência gera violência,
e ás vezes uma boa conversa resolve mais que um soco...tá vendo esta arma aqui?
Graças a Deus nunca precisei usar contra ninguém. Nem sei se ela funciona.
(neste momento Zequinha pega a arma e ela dispara sozinha).
Narrador: Zequinha tomou a arma das mãos de
Tião e ela disparou. No mesmo instante Tião decidiu assumir a culpa e não
contar a ninguém que foi o Zequinha, o filho do Xerife, o verdadeiro culpado.
Todos se assustaram e correram pra ver o que estava acontecendo. Será que tinha
acertado alguém? Tomara que não, ele
pensou. Mas então porque o Xerife estava vindo com uma cara de poucos amigos?
Xerife: quem foi que atirou em minha
direção?
Zequinha: não fui eu não, nem foi o Luizinho.
Luizinho: é verdade, a gente é criança e não
anda armado. Só pode ter sido algum adulto que tem arma...
Xerife: então o cowboy tá querendo me matar?
Tião: eu? Eu não, eu não quero matar
ninguém, o senhor me desculpe...foi sem querer...eu ia mostrar a arma pras
crianças e ela disparou sozinha...
Xerife: desculpe? Você atirou em minha
direção e quase me acertou uma bala...eu quase
morri...poderia ter matado alguém...seu irresponsável...
Tião: mas graças a Deus o xerife não
morreu, porque não era a sua hora...
Xerife: mas pode ser a sua hora hoje, isso
não vai ficar assim não, cowboy frouxo...
Mulher 1: isso mesmo Xerife, prende ele logo!
Mulher 2: é mesmo xerife, prende ele por
tentativa de assassinato...
Tião: Xerife, eu sei que fui distraído,
mas eu não acertei ninguém, o senhor poderia me perdoar...
Xerife: perdoar? Quem perdoa é padre, você
podia ter matado o meu filho Zequinha, ...
Homem 1: que isso xerife, leva logo ele pro
xadrez......
Tião: Xerife, o senhor sabe que eu sou da
paz, não gosto de briga, eu apenas deixei a arma cair e ela disparou.... vamos
conversar...eu te peço desculpas pela bala perdida, e o senhor me pede
desculpas pelas ofensas, e vai ficar tudo na santa paz de Jesus. Era assim que
ele ensinava.
Xerife: que paz de Jesus o que! Tião, eu te
desafio pra um duelo agora na praça.
Mulher 2: anda Tião, honre suas calças!
Homem 1: se não aceitar vai ter que deixar
acidade, porque ninguém quer saber de frouxo por aqui.
Narrador: Tião preferiu assumir a culpa a
entregar o Zequinha, porque sabia que o pai dele é muito bravo. Agora ele foi
duelado e não sabe o que fazer... enquanto isso toda a população ficou em
polvorosa querendo assistir ao duelo...
Xerife: preparado Tião? Ou vai continuar um frouxo, um
medroso?
Mulher 1: não aceita ele falar isso não
cowboy!
Zequinha: Tião, foge Tião!
Tião: um momento...antes de começar o
duelo eu quero falar uma coisa...
Xerife: que seja rápido, porque eu tenho
outro duelo marcado pra depois do almoço...
Tião: eu sei que todos querem ver a
briga...mas não era isso o que Jesus ensinava...ele deixou uma mensagem de paz,
de amor, de misericórdia...
Xerife: eu não quero saber desta história de
Jesus, prepara pra morrer...
Tião: quem pode dizer que está preparado
pra morte, Jesus ensinou que pra chegar ao céu é preciso ser manso e humilde...
Mulher 2: pára de rezar e começa logo.
Xerife: eu vou começar a contar: 5, 4, 3, 2,
1...
Narrador: Tião se vira, ajoelha e pede a
proteção de Deus. O xerife fica
indignado com a moleza do cowboy, vira as costas e vai embora. Toda a cidade
ficou rindo dele, mas ele fez o que lhe parecia certo. Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão
chamados filhos de Deus.
Fim
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