03/10/2010
27º domingo do tempo comum-ano C
27º domingo do tempo comum-ano C
“Fé do tamanho de um grão de
mostarda!”
1ª cena: a mamãe coelha anda pela floresta
ajudando as suas amigas: a dona abelhinha, a dona elefanta e a dona macaquinha.
Narração: em algum lugar distante, no
tempo que os bichos falavam, a dona coelhinha passeava pela floresta ajudando
todas as pessoas que a ela recorria.
D. abelhinha: dona coelhinha, que bom encontrar a
senhora, estou precisando de uns conselhos.
D. Coelha: conselhos? Mas o que está acontecendo,
dona Zum Zum?
Abelhinha: o fato é que o meu filho está me dando
problemas...
Coelha: qual filho, o do meio?
Abelhinlha: não, o do meio não, este é uma beleza,
estou falando do zangadinho, o centésimo terceiro, de baixo pra cima.
Coelha: mas logo ele, que parecia tão quieto.
Abelhinha: pra senhora ver, dona Coelha, ele não
era quieto, era zangado, puxou ao pai dele, o zangão. Tudo o que eu faço não
agrada, nada está bom.
Coelha: ih, eu entendo bem disto, meu filho
perninha, o décimo sexto de cima pra baixo, também me deu este tipo de problema
em casa,
Abelhinha: e o que a senhora fez? Cortou as
pernas dele?
Coelha: não adiantaria, o que eu fiz foi
chamar pra uma conversa séria, cortar o seu programa preferido até que ele
mostrasse um comportamento adequado. E deu certo.
Abelhinha: a senhora parece saber de tudo. Acho
que nenhum filho dá trabalho pra senhora.
Coelha: quem me dera...
Abelhinha: muito obrigada, dona Coelha, eu já vou
pra casa conversar com o zangadinho.
Coelha: vai com Deus.
Abelhinha: e a senhora fique com ele.
Até mais.
Narração: a dona coelha era tida na
floresta como uma pessoa sábia, muito sensata e justa. Sempre que alguém
precisava de sua ajuda, ela estava lá.
Dona Coelha vê a dona elefanta quieta
num canto e vai conversar com ela.
Coelha: bom dia dona Helen, o que está
acontecendo, a senhora está tão quieta hoje. Aconteceu alguma coisa?
Elefanta: aconteceu sim, dona Coelha, a senhora
não acredita mas o meu filho, o jumbo,
está envolvido com uma turma da pesada: começou a andar com os hipopótamos, e
desde então vive enfiado na lama até o pescoço.
Dona Coelha: mas o Jumbo era um menino bom, vivia
pela rua com as outras crianças brincando de pipa, de bola de gude.
Elefanta: é, mas agora ele só quer saber de
ficar por aí andando de skate, tá me dando um prejuízo danado.
Dona coelha: mas prejuízo porque?
Elefanta: imagine que toda semana eu compro 3
skates novos pra ele, eu já avisei que não dá pra ele ser skatista, o melhor era fazer outro esporte:
levantamento de peso, por exemplo, que não tem perigo dele quebrar os pesos;
Dona coelha: a senhora precisa ser amiga do seu
filho e estar atenta às amizades dele. Se forem pessoas envolvidas com coisa
errada é melhor não deixar ele sair tanto, ficar de olho e procurar ser amiga
dele, mostrar que está do lado dele, e não que quer condená-lo.
Elefanta: obrigada, dona Coelha, eu vou agora
mesmo procurar saber onde ele está e com quem. Fique com Deus.
Narração: a dona coelha é amiga de
todos e consegue ajudar a quem pede, mas dentro de casa ela não consegue seguir
os seus próprios ensinamentos.
Coelhinho: e aí mãe, de boa na canoa?
Dona coelha: isso são horas de chegar em casa,
lhinho?
Coelhinho: se a senhora achou cedo eu posso
voltar depois.
Dona Coelha: deixe de gracinha e me diga aonde você
estava.
Coelhinho: eu estava por aí, dando umas coelhadas
na área.
Dona coelha: eu não quero saber de você por aí, seu
lugar é em casa.
Coelhinho: mas em casa eu não tenho privacidade,
são mais de trinta irmãos pulando de um lado para o outro.
Dona Coelha: mas este é o seu lugar.
Coelhinho: que nada, depois deste papo eu vou é
vazar. Fui.
Narração: a dona coelha, que sabe
resolver os problemas de todos, não consegue dominar em casa, e seu filho
lhinho não a respeita e muito menos a obedece. Mas o pior é que nem ela
acredita no filho.
Dona macaca: ola dona Coelha, como está?
Coelha: estou bem...bem preocupada.
Macaca: preocupada com o quê? Logo a senhora?
Coelha: com o meu filho, ele não me obedece e nem
me respeita e eu não sei o que fazer mais. Todos os conselhos que eu dou pra
vocês não servem lá em casa.
Se eu cortar a tevê ele vai pra rua e não diz onde vai. Se eu
cortar o computador ele passa o dia no celular. Acho que ele é um caso perdido,
sem solução.
Macaca: não diga isto, todo mundo tem solução,
até mesmo as pessoas mais difíceis. Geralmente são as que mais querem atenção.
As que mais precisam de amor e carinho.
Coelha: eu gostaria muito de acreditar, mas
acho difícil, o lhinho, este não tem mais jeito. Será pra sempre errado.
Macaca: estou vendo que a fé da senhora é
muito pequena, acho que o jeito é a senhora rezar pra ...
Coelha: que ele cresça logo, complete os 6
meses e vai viver a sua vida.
macaca: não, eu disse pra senhora rezar pra
aumentar a sua fé. E a de todos que não crêem na conversão dos outros.
Narração: depois dessa situação a dona macaca
saiu e a dona coelha ficou só ( sentou-se no chão, tirou uma cenoura do bolso e
começou a comer )até que viu algo que mudou a sua vida...o seu filho, o lhinho
correndo com um filhotinho de dálmata no colo e a mãe dele vinha logo atrás.
Coelha: lhinho, o que você está fazendo com
este filhotinho de dálmata, posso saber? Largue agora ele no chão.
Lhinho: eu não posso, mãe, estou ocupado.
Coelha: é sempre assim, você me dá trabalho
demais, parece um castigo. Trate de largar este fihotinho aí e ir direto pro
seu quarto, que a mãe dele está chegando. O pai dele, se você não sabe, é o
king kong.
O coelhinho continua andando e sai de
cena sem olhar pra trás.
Entra a dona Dálmata: eu preciso falar com a senhora sobre o seu filho.
Coelha: eu não tenho tempo pra conversar com
ele, mas seja o que ele tenha feito eu já mandei ele colocar o seu filhote no
chão e ir pra casa sem olhar pra trás.
Dálmata: não é nada disso, o que houve é que o
meu filho vinha correndo e bateu de testa no poste da escola. E o seu filho foi
quem pegou ele e foi pedir ajuda. Foi o nosso herói de hoje.
Dona coelha: como assim, eu sempre achei que ele
não tinha jeito mais? Estou até emocionada com esta notícia. A partir de hoje
nunca mais eu vou dizer que alguém não tem jeito, por que Deus já disse:
Se você tiver uma fé, mesmo pequena
como um grão de mostarda,
poderá dizer a esta amoreira:
‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’,
e ela te obedeceria.
Dona Dálmata: agora a senhora poderá fazer o que
ensina pra todos nós: amor, diálogo e atenção.
A dona dálmata saiu, o lhinho entrou
novamente em cena. Os
dois se abraçam e a historinha acaba.
Fim.
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