terça-feira, 15 de novembro de 2011

“Jesus, filho de Davi...”


14/08/2011
20º Domingo do Tempo Comum



“Jesus, filho de Davi...”

Personagens:  mãe1 com o bebê no colo, enfermeira,  médico1, mãe2 com  um filho de 4 anos, Doutor Davi.

A mãe1 chega ao hospital com o bebê nos braços. O médico está atendendo outra criança na companhia de sua mãe2. A enfermeira está na sua mesa lendo uma revista.

Mãe1: boa noite, enfermeira, por favor, eu preciso que o médico atenda o meu filho.
Enfermeira: espere um pouco que eu estou ocupada.
Mãe1: sim senhora.
A enfermeira continua lendo a revista. A mãe senta-se, mas logo se levanta de novo.
Mãe1: escuta aqui enfermeira, a senhora não poderia ir fazendo a minha ficha, pelo menos?
Enfermeira: está bem...cadê a carteirinha do convênio?
Mãe1: que convênio? Eu não tenho carteirinha nenhuma.
Enfermeira: sinto muito, se não tiver convenio vai ter que pagar particular.
Mãe1: e é quanto a consulta...com o pediatra?
Enf: 200 reais.
Mãe1: 200 reais... eu não tenho este dinheiro todo.
Enf: então vai pro hospital público, aqui nós só atendemos quem paga ou quem tem convênio.
Mãe1: eu já fui, fiquei lá o dia todo e o médico nem apareceu.
Enf: te garanto que a culpa não é minha.
A mãe senta-se novamente. O médico se despede do paciente que está na sala dele. A mãe 1 vai falar com ele.
Médico:  a senhora dê o remédio direitinho, sem falhar, que ele vai melhora. Se a febre não passar em três dias traga ele novamente pra dar uma olhadinha. Tchau.
Mãe2: tchau doutor, muito obrigada.
Médico: tchau campeão! E nada de ficar no frio e nem beber gelado, hein! Vão com Deus.
Mãe 1:doutor, por favor, me ajude...
Médico: a senhora faça a ficha primeiro com a enfermeira.
Mãe1: doutor, a minha filha está muito doente, eu preciso da sua ajuda...
Médico: sem a ficha eu não posso te atender. São as regras do hospital. Sinto muito.
A mãe se desespera e começa a rezar ajoelhada de cabeça baixa.  A enfermeira senta-se novamente. O médico1 sai de cena.    
Mãe1: “Senhor, filho de Davi, tem piedade de mim”.
“Senhor, filho de Davi, tem piedade de mim”.
“Senhor, filho de Davi, eu vou ficar chamando até o Senhor me atender...ai, ai, ai...”
Jesus, eu não tenho pressa, e o joelho agüenta bem umas horas ajoelhada...
Jesus...
A mãe é interrompida por outro médico que entra com o jaleco no braço. A mãe1 não percebe que ele é médico.
Médico2: mas o que está acontecendo aqui?
Mãe1: eu estou rezando, não me atrapalha.
Médico2: a capela é logo ali. Não acha melhor ir pra lá?
Mãe1: não,  os médicos estão é aqui, e quando Jesus me atender eu já estarei pertinho.
Médico: enquanto Jesus não vem posso te ajudar?
Mãe1: depende. Quem é o senhor?
Médico2: eu sou o doutor Davi. É que eu ainda não coloquei o Jaleco. O que houve? (colocando o jaleco).
Mãe1:  que bom, doutor Davi. Jesus não veio por que deve estar muito ocupado, mas mandou o Senhor. A minha filha está doente e eu não tenho convênio e nem 200 reais.
Médico2: não tem problema. (virando-se para a enfermeira): faça a ficha dela pelo serviço social e depois mande  entrar.( o médico entra no consultório).
Enfermeira: sim doutor Davi, eu já ia mesmo fazer isto...(pegando o documento da mão da mãe)
Mãe1: obrigada doutor, eu já vou...(pegando a ficha) e a senhora enfermeira... que Deus te abençoe. Obrigada!
Mãe1: só um minutinho aí doutor, que eu preciso agradecer primeiro.
A mãe1 dá a criança pra enfermeira segurar e se ajoelha.
Mãe1: Jesus, muito obrigada, valeu mesmo, agora eu vou lá no médico que o senhor mandou...eu sabia que podia contar com o senhor...dessa vez foi bom  demais. Obrigada Jesus, amém.

Fim

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