terça-feira, 15 de novembro de 2011

“Amai os vossos inimigos!”

“Amai os vossos inimigos!”
em: 21/02/2010
1º domingo da quaresma-ano C



“Amai os vossos inimigos!”
personagens:
D. Coelha
D. Onça


narrador: todas as manhãs a D. Coelha, depois de alimentar seus 14 filhinhios ia cuidar da sua plantação de cenoura. mas hoje não era uma manhã como as outras...
D. Coelha: mas o que foi que aconteceu aqui? quem destruiu a minha plantação de cenouras? está tudo destruido, o trabalho de uma vida inteira. vejam só, encontrei a prova do crime: uma casca de banana...
(entra o seu Leão)
leão: bom dia dona coelha!
d. Coelha: bom dia porque? veja só seu leão, o que fizeram com a minha plantação?
leão: mas quem será que fez isto?
d. coelha: eu já descobri, olhe só aqui a prova: foi o macaco. quem mais faria uma coisa desta?
leão: neste caso temos que tomar uma providência, vou sair e reunir a bicharada. isto não pode continuar!
narrador: o rei leão saiu muito decidido a tomar sérias providências quanto ao macaco. não podia mais continuar assim. semana passada ele destruiu a plantação de capim da dona vaca, outro dia ele saiu quebrando os ovos do galinheiro, espalhou o feno que o seu cavalo havia acabado de arrumar no celeiro. isto teria que ter um fim!
(dona coelha está cuidando da sua plantação, quando chega o macaco)
macaco: bom dia dona coelha! como vai?
dona coelha: ahan, você está aí! macaco levado! que bom dia o quê? porque você destruiu a minha plantação de cenouras? não sabe que é daqui que eu tiro o sustento dos meus 14 filhinhos?
macaco: destruiu o quê? eu? que injustiça!
d. coelha: oras, seu macaco, você sabe que eu sei que todo mundo sabe que foi você! mas isto não vai ficar assim, o seu leão vai reunir a bicharada e você será expulso da floresta!
macaco: dona coelha, eu não destrui nada. eu nem sabia que a sua plantação havia sido destruida. não foi a ventania de ontem a noite que causou isto?
d. coelha: não foi não, por que a ventania não iria arrancar e morder as cenouras...foi você! vocÊ é quem sempre destrói tudo, que tira a paz de todo mundo, mas agora isso vai acabar.
macaco: só porque a senhora não gosta de mim não precisa me culpar por algo que eu não fiz.
d. coelha: não gostgo porque você é muito travesso. só vive fazendo macaquices.
macaco: mas eu sou um macaco!
d. coelha: então é por isso que eu não vou deixar barato.
macaco: ah é? e por acaso a senhora me viu destruindo a sua horta?
d. coelha: não.
macaco: por acaso alguém me viu fazendo isto? há testemunhas?
d. coelha: não.
macaco: por acaso há alguma filmagem, alguma gravação, a senhora tem câmera escondida?
d. coelha: não.
macaco: então se não há testemunhas, nem provas, não posso ser condenado, certo?
d. coelha: por acaso o senhor está estudando direito?
macaco: não, mas eu conheço os meus direitos.
narrador: neste momento entra o rei leão seguido de algusns bichos. o conselho está formado. certamente o macaco será julgado, condenado e expulso da floresta, para que sirva de exemplo a outros animais que pretendem aprontar neste lugar!
leão: muito bem dona coelha, eu levei a sua reclamação ao conselho e nós já decidimos...
macaco: peraí, não vai ter julgamento, direito de defesa...?
d. coelha: e qual foi a sentença?
macaco: alguém poderia me ouvir? eu posso me defender, ou isso aqui é uma ditadura?
leão: para dizer que eu não fui justo, pode falar, mas seja breve.
macaco: quando aconteceu o crime?
d. coelha: ontem.
macaco: qual é a prova que há contra mim?
d. coelha: uma casca de banana.
macaco: pois bem, eu tenho um álibi: eu não podia ter destruido esta hortinha ontem porque eu não estava na floresta: eu fui ao cinema assistir tropa de elite 2, tenho até as entradas para provar.
d. coelha: mas se não foi você quem foi?
macaco: não cabe a mim descobrir o culpado, a propósito, o réu é considerado inocente até que se prove o contrário. neste caso, podem começar a me pedir desculpas agora mesmo.
d. coelha: não foi você, fazendo macaquices?
macaco: não.
leão: neste caso, dona coelha, peça desculpas ao macaco pelo mau julgamento que fez da pessoa dele.
d. coelha: o senhor me desculpe, por favor, mas tudo levava a crer que foi você.  o seu passado de traquinagens, a casca da banana...
macaco: não aceito suas desculpas. estou muito ofendido.
leão: não é assim que deve agir, Jesus disse:  Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem! Porque, se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis?
macaco: é muito mais fácil arrumar um culpado do que ir atrás da verdade! Está bem, diante das palavras de Jesus não há arguemnto: desculpas aceitas. Pelo menos eu descobri que as minhas aulas do cursinho estão servindo de alguma coisa.
narrador: o macaco e a coelha fizeram as pazes. ele saiu com o coração em paz depois de ter perdoado a dona coelha, que mesmo desolada com a sua plantação destruida, resolveu ir pra casa levando o que sobrou para alimentar a sua família. quando ela já ia longe, vejam só o que aconteceu...
(entra o lobo mau)
lobo mau: vejam só o que me aconteceu...tentei comer a chapeuzinho vermelho, não deu certo, tentei comer a vovozinha, também não, os porquinhos suculentos e gordinhos, nada, agora só me resta invadir a plantação dos outros para roubar cenouras. é o fim de uma era.
d. coelha: ahan, então é você o ladrãozinho de cenouras? mas que decadência hein lobo mau! tome o que você merece, e suma agora daqui...
fim

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