A todos que procuram textos religiosos para encenarem comunico que temporariamento não postarei novas historinhas, mas se alguém necessitar podem entrar em contato pelo e-mail simargareli@yahoo.com .br que poderei ajudá-los na medida do possível.
um abraço, Simone Margareli
terça-feira, 15 de maio de 2012
sábado, 18 de fevereiro de 2012
O pecado paralisa!
O pecado paralisa!
7º domingo do tempo comum
data: 19 de fevereiro de 2012
Personagens: Chiquinho, Juquinha, mãe, pai.
Chiquinho: a partir de hoje eu não sou mais seu amigo. Nunca
mais fale comigo.
Juquinha: mas foi sem querer, por favor, me desculpa...eu
não sabia...
Chiquinho: você nunca sabe de nada. Toda vez é assim. Teve aquela
vez que você quebrou o meu carrinho novinho, de controle remoto, que o meu pai
tinha me dado de aniversário.
Juquinha: foi sem querer...como é que eu ia saber que ele
tava debaixo do boné, em cima do sofá, com duas almofadas por cima...
Chiquinho: não importa, mas hoje não tem conversa, você não
podia ter feito isso...chutou a minha bola de futebol pra casa da dona doida, você
sabe que quando alguém chuta uma bola lá ela não devolve nunca mais...
Juquinha: dizem que no quintal da casa dela tem um poço sem
fundo cheinho de bolas de futebol, de voley, de ping pong, de plástico, da
barbie...
Chiquinho: se você sabia disso, não podia ter chutado...
Juquinha: o que eu sei é que se você não me perdoa, é porque
não é meu amigo, e agora sou eu que não quero mais papo com você...tchau!
Juquinha sai.
Chiquinho: pode ir, eu não tou nem aí, quer saber? Eu vou
brincar com o Lipe de play station...
Entra o pai do Juquinha.
Pai: Juquinha, meu filho, vem aqui, eu preciso que você vá á
venda do baiano comprar uma coisa pra
mim.
Juquinha: eu não posso pai.
Pai: o quê? Você ta dizendo que não vai? Vai me desobedecer
senhor Juca Amaral de Siqueira.
Juquinha: nem adianta falar o meu nome todo pai, porque eu
não vou porque eu não posso. A minha perna não anda mais.
Pai: como assim?
Juquinha: eu não sei pai, mas eu estou todo duro, não
consigo sair do lugar. Só mexo os olhinhos e a boca.
Pai: mas como isso aconteceu? É porque você fica muito tempo
sentado, jogando, sem fazer exercício nenhum. Anda logo, levanta e vamos lá comigo.
Juquinha: eu não consigo pai.
Pai: então eu vou te carregar para o hospital. Vou só
esperar a sua mãe chegar.
Os dois saem. O pai e a mãe entram em cena.
Mãe: Nestor, eu não agüento mais, nós já fomos no pediatra,
no ortopedista, no cardiologista, é tanto ista e ainda não descobrimos
nada...eu não agüento ver o meu filho assim, paralisado...
Pai: alguma coisa aconteceu. Ele caiu?
Mãe: não.
Pai: ele comeu alguma coisa estragada?
Mãe: não.
Pai: alguma coisa aconteceu...desde quando ele está assim?
Mãe: desde o dia em que ele brigou com o amigo dele, o
Chiquinho.
Pai: será que o Chiquinho deu uma surra nele que o deixou
assim? Porque se for...
Mãe: não, a briga deles não foi de mão, foi só de boca.
Pai: e porque eles brigaram?
Mãe: o Juquinha chutou a bola dele para a casa daquela
vizinha da esquina, ela não devolveu a bola, o Chiquinho ficou com raiva, o
nosso filho pediu desculpas e ele não desculpou, o Juquinha ficou com raiva por
que o amigo não o desculpou...Desde este dia ele ficou triste, triste, só
sentado, calado, até não conseguir mais andar...
Pai: então já sei, o Juquinha precisa perdoar o amigo que
não quis desculpá-lo, só assim ele vai melhorar...
Mãe: eu vou chamar o Chiquinho aqui em casa e você traga o Juquinha
pra sala. Vamos deixar eles conversarem...
Entram Juquinha e Chiquinho.
Mãe: Chiquinho, eu te chamei aqui porque você é o melhor
amigo do Juquinha, e não é certo vocês ficarem brigados. Um precisa perdoar o
outro. A falta de perdão é um pecado que impede as pessoas de serem felizes.
Juquinha: Chiquinho,me desculpa por ter chutado a sua bola
pra longe?
Chiquinho: é claro, eu nem me lembrava mais disso...e você me
desculpe por não ter aceito suas desculpas aquele dia?
Juquinha: é claro que sim. E você me desculpa por eu ter
ficado com muita raiva de você?
Chiquinho: tá perdoado. E agora, vamos brincar?
Juquinha: vamos...
Os dois saem. A mãe entra com o pai.
Mãe: uai, cadê o Juquinha?
Pai: saiu correndo com o Chiquinho. Foram brincar.
Mãe: mas ele não estava paralisado?
Pai: estava, mas você se esqueceu que o amor cura? E o perdão liberta?
Mãe: é verdade, só quem ama perdoa. Eu quero aproveitar este
clima de amor e te convidar pra me ajudar a lavar a louça. Vamos?
Pai: vamos, né. Eu sei que se eu for não vai ter perdão, você
vai passar o dia todo reclamando que eu não ajudo...
Mãe: então vamos? Tchau crianças...
Fim
sábado, 28 de janeiro de 2012
'Toda autoridade vem do Pai!"
4º domingo do tempo comum
Data: 29 de janeiro de 2012.
“Toda autoridade vem do pai!”
Personagens: vovó Filó, Mariazinha.
Mariazinha: ai, ai, ai...buá, buá, buá!
Vovó Filó: mas o que foi Mariazinha, porque este berreiro todo? Quem vê assim pensa que aconteceu alguma coisa grave.
Mariazinha: e aconteceu mesmo. Muito grave. A minha mãe não deixou eu ir brincar na casa da Lili.
Vovó Filó: mas é só isso?
Mariazinha: e a senhora acha pouco? Ela veio me chamar pra mostrar a boneca nova dela, e a mamãe não deixou...buá, buá...
Vovó Filó: não fica triste não, amanhã ela deixa...não adianta chorar, mãe a gente tem é que obedecer.
Mariazinha: e por quê?
Vovó Filó: porque ela é a sua mãe. E as crianças devem obedecer à mamãe, e ao papai também.
Mariazinha: e por quê?
Vovó Filó: porque sim.
Mariazinha: porque sim não é resposta.
Vovó Filó: bem, é porque os filhos devem obedecer aos pais. No meu tempo bastava o pai olhar pra gente que ninguém fazia bagunça, nem desobedecia, responder então nem pensar...hoje tudo mudou...
Mariazinha: mudou pouco, devia mudar mais. Em vez da mãe mandar quem devia mandar eram os filhos.
Vovó Filó: mas isso não tem lógica, onde já se viu, criança não sabe das coisas pra querer mandar.
Mariazinha: acontece, vovó, que os pais também não tão sabendo direito não, viu?.
Vovó Filó: como assim?
Mariazinha: a minha mãe mesmo não tá sabendo mandar em nada, ela faz tudo ao contrário. Olha só, quando eu quero ficar acordada, vendo televisão, ela quer que eu durma, quando eu quero dormir, de manhã, ela me acorda pra ir pra escola, tudo ao contrário...
Vovó Filó: mas mãe é assim mesmo...
Mariazinha: e tem mais, na hora de comer, ela quer que eu coma brócolis. Quem gosta disso? Agora sorvete, só uma vez por semana, e se não tiver chovendo. Tá vendo, é tudo ao contrário.
Vovó Filó: Mariazinha, os pais têm autoridades sobre os filhos. As coisas são deste jeito.
Mariazinha: quem deu esta autoridade?
Vovó Filó: foi Deus. Está na bíblia. Assim como os pais têm autoridade sobre os filhos Deus também tem sobre nós. Por exemplo, uma vez Jesus estava pregando na sinagoga...
Mariazinha: sinagoga?
Vovó Filó: era a igreja. Todo mundo ficou admirado com o seu ensinamento, porque Ele ensinava como quem tem autoridade, não como os mestres da Lei faziam. Quer dizer que Jesus entendia do que ele estava falando.
Mariazinha: Claro, Jesus é Deus, e Deus é o nosso pai.
Vovó Filó: muito bem. Então agora você entendeu que quando os pais mandam fazer algo que a gente não gosta, é para o nosso bem. Eles mandam porque eles sabem o que é bom pros filhos.
Mariazinha: tá certo, eu entendi. Também, se fosse o contrário, os filhos mandando nos pais, como é que ia ser naqueles casos que têm mais de um filho,quem é que ia mandar?
Vovó Filó: isso mesmo, agora você entendeu. Manda quem pode, obedece quem tem juízo. Vamos agora mesmo tomar banho e preparar pra jantar.
Mariazinha: ah não, banho. Agora? A senhora não manda em mim, não é a minha mãe.
Vovó Filó: pois fique sabendo que eu sou a mãe da sua mãe. Então eu mando duas vezes mais. Vai encarar?
Mariazinha: eu não. Foi mal. Já vou pro banho. Fui...
Fim
Data: 29 de janeiro de 2012.
“Toda autoridade vem do pai!”
Personagens: vovó Filó, Mariazinha.
Mariazinha: ai, ai, ai...buá, buá, buá!
Vovó Filó: mas o que foi Mariazinha, porque este berreiro todo? Quem vê assim pensa que aconteceu alguma coisa grave.
Mariazinha: e aconteceu mesmo. Muito grave. A minha mãe não deixou eu ir brincar na casa da Lili.
Vovó Filó: mas é só isso?
Mariazinha: e a senhora acha pouco? Ela veio me chamar pra mostrar a boneca nova dela, e a mamãe não deixou...buá, buá...
Vovó Filó: não fica triste não, amanhã ela deixa...não adianta chorar, mãe a gente tem é que obedecer.
Mariazinha: e por quê?
Vovó Filó: porque ela é a sua mãe. E as crianças devem obedecer à mamãe, e ao papai também.
Mariazinha: e por quê?
Vovó Filó: porque sim.
Mariazinha: porque sim não é resposta.
Vovó Filó: bem, é porque os filhos devem obedecer aos pais. No meu tempo bastava o pai olhar pra gente que ninguém fazia bagunça, nem desobedecia, responder então nem pensar...hoje tudo mudou...
Mariazinha: mudou pouco, devia mudar mais. Em vez da mãe mandar quem devia mandar eram os filhos.
Vovó Filó: mas isso não tem lógica, onde já se viu, criança não sabe das coisas pra querer mandar.
Mariazinha: acontece, vovó, que os pais também não tão sabendo direito não, viu?.
Vovó Filó: como assim?
Mariazinha: a minha mãe mesmo não tá sabendo mandar em nada, ela faz tudo ao contrário. Olha só, quando eu quero ficar acordada, vendo televisão, ela quer que eu durma, quando eu quero dormir, de manhã, ela me acorda pra ir pra escola, tudo ao contrário...
Vovó Filó: mas mãe é assim mesmo...
Mariazinha: e tem mais, na hora de comer, ela quer que eu coma brócolis. Quem gosta disso? Agora sorvete, só uma vez por semana, e se não tiver chovendo. Tá vendo, é tudo ao contrário.
Vovó Filó: Mariazinha, os pais têm autoridades sobre os filhos. As coisas são deste jeito.
Mariazinha: quem deu esta autoridade?
Vovó Filó: foi Deus. Está na bíblia. Assim como os pais têm autoridade sobre os filhos Deus também tem sobre nós. Por exemplo, uma vez Jesus estava pregando na sinagoga...
Mariazinha: sinagoga?
Vovó Filó: era a igreja. Todo mundo ficou admirado com o seu ensinamento, porque Ele ensinava como quem tem autoridade, não como os mestres da Lei faziam. Quer dizer que Jesus entendia do que ele estava falando.
Mariazinha: Claro, Jesus é Deus, e Deus é o nosso pai.
Vovó Filó: muito bem. Então agora você entendeu que quando os pais mandam fazer algo que a gente não gosta, é para o nosso bem. Eles mandam porque eles sabem o que é bom pros filhos.
Mariazinha: tá certo, eu entendi. Também, se fosse o contrário, os filhos mandando nos pais, como é que ia ser naqueles casos que têm mais de um filho,quem é que ia mandar?
Vovó Filó: isso mesmo, agora você entendeu. Manda quem pode, obedece quem tem juízo. Vamos agora mesmo tomar banho e preparar pra jantar.
Mariazinha: ah não, banho. Agora? A senhora não manda em mim, não é a minha mãe.
Vovó Filó: pois fique sabendo que eu sou a mãe da sua mãe. Então eu mando duas vezes mais. Vai encarar?
Mariazinha: eu não. Foi mal. Já vou pro banho. Fui...
Fim
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
Pescador de homens
3º domingo do tempo comum
22 de janeiro de 2012.
Pescador de Homens
Personagens: Tião, Genivaldo, Joseli e D. Fiinha.
Entra em cena Tião com a vara de pescar. Joseli vem logo atrás.
Tião: ai muié, me deixa, já tá escurecendo e nessas horas é que dá muito bagre, depois nóis conversa.
Joseli: mas Tião...
Tião: adespois nóis cunversa, já falei, ôxe.
Joseli: entonce tu vai, Tião, pode ir, deixa que eu resolvo esta história sozinha mesmo...pode ir...dispois num recrama, viu?
Tião: num recrama de que?
Joseli: num interessa...dispois num diz que eu num avisei...
Tião: ai, ai ,ai...fala então, o que que tá acontecendo com a sua mãe, a minha sogra?
Joseli: ela ficou doida.
Tião: isso ela já ficou tem tempo.
Joseli: mas intão piorô. Purque ela só fica por aí andando com uma vara de pescar na mão pra cima e pra baixo,
Tião: ora, mas isso eu tomem faço e num tô doido, ou ocê vai dizer por aí que eu fiquei doido tomem?
Joseli: acontece que...
Tião: acontece nada, a dona fiinha tá querendo pescar, eu vou é chamar ela pra ir mais nóis lá pra beira do rio.
Joseli: mas acontece que...
(chega o Genivaldo)
Genivaldo: bão...tarde...
Tião: ocê demoro ômi...vamo logo que senão os peixe vão dormir e nóis num pega nada.
Genivaldo: nessa lua cheia tá bom de bagre...
Tião: é isso que eu tou falando com a Joseli, mas muié num intende as coisas...
Joseli: eu num intendo mesmo, eu num intendo como é que eu fui casar com um cabeça de bagre que nem tu...
(Joseli sai)
Genivaldo: eita, a muié tá braba...cuidado hein sô...
Tião: cuiado o que homi, ela é que tem que ter cuidado comigo...agora ela veio com uma história...falou que a mãe dela tá doida...
Genivaldo: a dona fiinha? Mas essa tá doida já tem tempo, ó, desde a época que dom Pedro deu o grito do piranga...
Tião: pois é, e foi isso que eu disse...cheguemu...aqui tá bão, vamos pescar logo...faz silêncio...
Genivaldo: mas eu num to falando nada...
Tião: psiu...xiiii...
(chega dona Fiinha. Ela vem com uma vara grande e pesca o chapéu do Genivaldo.)
Genivaldo: ô Tião, devorve o meu chapéu...
Tião: mas eu num vi seu chapéu...vamo pará de conversa Genivaldo...
(dona Fiinha pesca o chapéu do Tião)
Tião: o Genivaldo, para de faze graça, me dá o meu chapéu...
Genivaldo: eu não peguei o seu chapéu.
Tião: então quem foi?
Genivaldo: foi ela ali, a sua sogra...lá vai ela correndo com o nosso chapéu.
Tião: a véia tá doida mesmo...vamo lá...
(os dois saem de cena. D. fiinha aparece com o chapéu e sai correndo. Até que eles se encontram.)
Tião: dona fiinha, me dá meu chapéu aí?
d. fiinha: num dô.
Tião: Joseli!!!joseli!!!
Joseli: o que é Tião?
Tião: a sua mãe tá doida mesmo. Ela roubou o meu chapéu e o chapéu do Genivaldo e saiu correndo e agora não quer devorver pra nóis...
Joseli: mamãe, o que tá acontecendo? Se a senhoara queria um chapéu era só falar que eu ia comprar um pra senhora.
d. Fiinha: é nada disso não.
Joseli: é o que então?
d. Fiinha: é que eu tou fazendo o que o padre mandou.
Genivaldo: e o padre agora tá mandando roubar chapéu., é?
d. fiinha: é não, que o padre num ia mandar fazê uma coisa dessa.
Joseli: é o que então?
d. fiinha: ele falou na missa hoje que nós devemos ser pescadores de homens. Era o que eu tava fazendo.
Joseli: mas mamãe, não é nada disso não.
d. Fiinha: é o que então?
Joseli: ser pescador de homens não é sair por aí com uma vara de pescar na mão não, é fazer como Jesus fazia: evangelizar. Falar pras pessoa sobre Deus, sobre conversão, essas coisas.
d. Fiinha: não precisa de vara não?
Joseli: não mãe, só precisa da palavra de Deus e de amor.
d. Fiinha: ainda bem, porque esses aí que eu pesquei não tão com nada, são umas piabinhas de nada...ha, há, há...
Joseli: mamãe!
fim
22 de janeiro de 2012.
Pescador de Homens
Personagens: Tião, Genivaldo, Joseli e D. Fiinha.
Entra em cena Tião com a vara de pescar. Joseli vem logo atrás.
Tião: ai muié, me deixa, já tá escurecendo e nessas horas é que dá muito bagre, depois nóis conversa.
Joseli: mas Tião...
Tião: adespois nóis cunversa, já falei, ôxe.
Joseli: entonce tu vai, Tião, pode ir, deixa que eu resolvo esta história sozinha mesmo...pode ir...dispois num recrama, viu?
Tião: num recrama de que?
Joseli: num interessa...dispois num diz que eu num avisei...
Tião: ai, ai ,ai...fala então, o que que tá acontecendo com a sua mãe, a minha sogra?
Joseli: ela ficou doida.
Tião: isso ela já ficou tem tempo.
Joseli: mas intão piorô. Purque ela só fica por aí andando com uma vara de pescar na mão pra cima e pra baixo,
Tião: ora, mas isso eu tomem faço e num tô doido, ou ocê vai dizer por aí que eu fiquei doido tomem?
Joseli: acontece que...
Tião: acontece nada, a dona fiinha tá querendo pescar, eu vou é chamar ela pra ir mais nóis lá pra beira do rio.
Joseli: mas acontece que...
(chega o Genivaldo)
Genivaldo: bão...tarde...
Tião: ocê demoro ômi...vamo logo que senão os peixe vão dormir e nóis num pega nada.
Genivaldo: nessa lua cheia tá bom de bagre...
Tião: é isso que eu tou falando com a Joseli, mas muié num intende as coisas...
Joseli: eu num intendo mesmo, eu num intendo como é que eu fui casar com um cabeça de bagre que nem tu...
(Joseli sai)
Genivaldo: eita, a muié tá braba...cuidado hein sô...
Tião: cuiado o que homi, ela é que tem que ter cuidado comigo...agora ela veio com uma história...falou que a mãe dela tá doida...
Genivaldo: a dona fiinha? Mas essa tá doida já tem tempo, ó, desde a época que dom Pedro deu o grito do piranga...
Tião: pois é, e foi isso que eu disse...cheguemu...aqui tá bão, vamos pescar logo...faz silêncio...
Genivaldo: mas eu num to falando nada...
Tião: psiu...xiiii...
(chega dona Fiinha. Ela vem com uma vara grande e pesca o chapéu do Genivaldo.)
Genivaldo: ô Tião, devorve o meu chapéu...
Tião: mas eu num vi seu chapéu...vamo pará de conversa Genivaldo...
(dona Fiinha pesca o chapéu do Tião)
Tião: o Genivaldo, para de faze graça, me dá o meu chapéu...
Genivaldo: eu não peguei o seu chapéu.
Tião: então quem foi?
Genivaldo: foi ela ali, a sua sogra...lá vai ela correndo com o nosso chapéu.
Tião: a véia tá doida mesmo...vamo lá...
(os dois saem de cena. D. fiinha aparece com o chapéu e sai correndo. Até que eles se encontram.)
Tião: dona fiinha, me dá meu chapéu aí?
d. fiinha: num dô.
Tião: Joseli!!!joseli!!!
Joseli: o que é Tião?
Tião: a sua mãe tá doida mesmo. Ela roubou o meu chapéu e o chapéu do Genivaldo e saiu correndo e agora não quer devorver pra nóis...
Joseli: mamãe, o que tá acontecendo? Se a senhoara queria um chapéu era só falar que eu ia comprar um pra senhora.
d. Fiinha: é nada disso não.
Joseli: é o que então?
d. Fiinha: é que eu tou fazendo o que o padre mandou.
Genivaldo: e o padre agora tá mandando roubar chapéu., é?
d. fiinha: é não, que o padre num ia mandar fazê uma coisa dessa.
Joseli: é o que então?
d. fiinha: ele falou na missa hoje que nós devemos ser pescadores de homens. Era o que eu tava fazendo.
Joseli: mas mamãe, não é nada disso não.
d. Fiinha: é o que então?
Joseli: ser pescador de homens não é sair por aí com uma vara de pescar na mão não, é fazer como Jesus fazia: evangelizar. Falar pras pessoa sobre Deus, sobre conversão, essas coisas.
d. Fiinha: não precisa de vara não?
Joseli: não mãe, só precisa da palavra de Deus e de amor.
d. Fiinha: ainda bem, porque esses aí que eu pesquei não tão com nada, são umas piabinhas de nada...ha, há, há...
Joseli: mamãe!
fim
2° domingo Tempo comum-
15 de janeiro de 2012
Eis o cordeiro de Deus!
Personagens: menino,carneirinho, leão, boi.
Menino: olá crianças, eu estou aqui porque eu preciso escolher um novo animal de estimação, um que me acompanhe em minhas viagens, que seja útil e me faça companhia. Mas eu não sei qual escolher.
Boi: muuuuu, muuuuu...olá menino, estou sabendo que você procura um animal que te faça companhia e que seja útil, e convenhamos, não há animal mais útil que o boi.
Menino: isso é mesmo...do boi só não se aproveita o berro...da couro se faz sapato, do chifre berrante, dos ossos, sabão, da carne então...
Boi: alto lá, isso aí só depois que o boi morre, e eu tou querendo ficar vivo, muito vivo...
Menino: é mesmo, foi mal seu boi, eu não pretendia matá-lo...mas então, como o senhor poderia ser útil?
Boi: bem, eu posso transportá-lo, se o senhor fizer um carro de boi...mas eu não suporto longas viagens, a todo instante preciso de água e capim, além de sombra pra descansar...
Menino: pensando bem, eu acho que não vai dar, para criar um boi é necessário muito trabalho e dedicação, sinto muito...escolherei outro bicho...
Boi: então eu já vou...boi, boi, boi, boi da cara preta...pega este menino que não me escolheu..
(chega o leão):
Uauuuu, eu sou o leão, o rei da floresta.
Menino: ai, que susto!
Leão: não se assuste meu jovem, eu soube que está procurando um animal para a sua companhia e então eu vim. Pode me escolher. Com certeza não há opção melhor que eu!
Menino: eu não sei, tenho dúvida...quais as suas qualidades?
Leão: oras, todo mundo sabe que eu sou o rei da floresta, o animal mais temido, mais cruel, carnívoro, implacável...não perdôo ninguém, principalmente se eu estiver com fome...
Menino: é verdade, mas estas suas qualidades estão me dando é medo...o senhor faça o seguinte, deixe comigo o seu cartão e mais tarde, quando eu decidir te aviso...tchau...
Leão: ora veja, quanta audácia, dispensando a minha companhia...se é assim eu já vou...
leão, leão, leão, é o rei da criação..., leão, leão, leão, é o rei da criação...
menino: tá doido viajar com o leão, vai que ele fica com fome e a única opção pro almoço seja eu...nem pensar...mas, e agora, quem eu levarei comigo para minha jornada pela terra?
Menino: sabe crianças, nesta minha jornada pela terra eu vou precisar de alguém que seja útil, em vida, que seja manso, que seja fiel, com quem eu possa contar, que seja capaz de dar a sua vida por mim...
(entra o carneirinho)
Carneirinho: béee, béee...
Menino: carneirinho...encontrei você!
Carneirinho: béee, béeee...o que foi?
Menino: agora que eu te vi eu me lembrei das palavras de João Batista quando viu Jesus passando: eis o cordeiro de Deus. E sabe por quê?
Carneirinho: acho que sim...
Menino: porque Jesus era manso e humilde de coração, porque Jesus foi morto na cruz e não se defendeu, assim como os carneiros...
Carneirinho: é verdade, os carneirinhos são mansos e quando estão para serem mortos não tentam se desviar, assim como Jesus que deu a vida por todos nós.
Menino: ele, Jesus, podia ter se salvado da cruz, mas ele não fez isso. Não há melhor animal que você para me acompanhar nesta viagem...
Carneirinho: e tem mais: além de manso e humilde, nas noites de frio você também pode dormir pertinho de mim, por que eu sou bem quentinho...eu sou útil sem precisar me matar, viu só?
Menino: vi sim, então, vamos?
Carneirinho: só se for agora
Carneirinho, carneirão-neirão-neirão,
Olhai pro céu, olhai pro chão, pro chão:
Manda o Rei, Nosso Senhor, Senhor, Senhor
Para todos se ajoelharem,
Para todos se levantarem.
Para todos se sentarem.
Para todos se levantarem.
Para todos se deitarem.
Para todos se levantarem.
15 de janeiro de 2012
Eis o cordeiro de Deus!
Personagens: menino,carneirinho, leão, boi.
Menino: olá crianças, eu estou aqui porque eu preciso escolher um novo animal de estimação, um que me acompanhe em minhas viagens, que seja útil e me faça companhia. Mas eu não sei qual escolher.
Boi: muuuuu, muuuuu...olá menino, estou sabendo que você procura um animal que te faça companhia e que seja útil, e convenhamos, não há animal mais útil que o boi.
Menino: isso é mesmo...do boi só não se aproveita o berro...da couro se faz sapato, do chifre berrante, dos ossos, sabão, da carne então...
Boi: alto lá, isso aí só depois que o boi morre, e eu tou querendo ficar vivo, muito vivo...
Menino: é mesmo, foi mal seu boi, eu não pretendia matá-lo...mas então, como o senhor poderia ser útil?
Boi: bem, eu posso transportá-lo, se o senhor fizer um carro de boi...mas eu não suporto longas viagens, a todo instante preciso de água e capim, além de sombra pra descansar...
Menino: pensando bem, eu acho que não vai dar, para criar um boi é necessário muito trabalho e dedicação, sinto muito...escolherei outro bicho...
Boi: então eu já vou...boi, boi, boi, boi da cara preta...pega este menino que não me escolheu..
(chega o leão):
Uauuuu, eu sou o leão, o rei da floresta.
Menino: ai, que susto!
Leão: não se assuste meu jovem, eu soube que está procurando um animal para a sua companhia e então eu vim. Pode me escolher. Com certeza não há opção melhor que eu!
Menino: eu não sei, tenho dúvida...quais as suas qualidades?
Leão: oras, todo mundo sabe que eu sou o rei da floresta, o animal mais temido, mais cruel, carnívoro, implacável...não perdôo ninguém, principalmente se eu estiver com fome...
Menino: é verdade, mas estas suas qualidades estão me dando é medo...o senhor faça o seguinte, deixe comigo o seu cartão e mais tarde, quando eu decidir te aviso...tchau...
Leão: ora veja, quanta audácia, dispensando a minha companhia...se é assim eu já vou...
leão, leão, leão, é o rei da criação..., leão, leão, leão, é o rei da criação...
menino: tá doido viajar com o leão, vai que ele fica com fome e a única opção pro almoço seja eu...nem pensar...mas, e agora, quem eu levarei comigo para minha jornada pela terra?
Menino: sabe crianças, nesta minha jornada pela terra eu vou precisar de alguém que seja útil, em vida, que seja manso, que seja fiel, com quem eu possa contar, que seja capaz de dar a sua vida por mim...
(entra o carneirinho)
Carneirinho: béee, béee...
Menino: carneirinho...encontrei você!
Carneirinho: béee, béeee...o que foi?
Menino: agora que eu te vi eu me lembrei das palavras de João Batista quando viu Jesus passando: eis o cordeiro de Deus. E sabe por quê?
Carneirinho: acho que sim...
Menino: porque Jesus era manso e humilde de coração, porque Jesus foi morto na cruz e não se defendeu, assim como os carneiros...
Carneirinho: é verdade, os carneirinhos são mansos e quando estão para serem mortos não tentam se desviar, assim como Jesus que deu a vida por todos nós.
Menino: ele, Jesus, podia ter se salvado da cruz, mas ele não fez isso. Não há melhor animal que você para me acompanhar nesta viagem...
Carneirinho: e tem mais: além de manso e humilde, nas noites de frio você também pode dormir pertinho de mim, por que eu sou bem quentinho...eu sou útil sem precisar me matar, viu só?
Menino: vi sim, então, vamos?
Carneirinho: só se for agora
Carneirinho, carneirão-neirão-neirão,
Olhai pro céu, olhai pro chão, pro chão:
Manda o Rei, Nosso Senhor, Senhor, Senhor
Para todos se ajoelharem,
Para todos se levantarem.
Para todos se sentarem.
Para todos se levantarem.
Para todos se deitarem.
Para todos se levantarem.
Epifania do Senhor
Epifania do Senhor
Personagens: Juquinha, vovó filó, Teobaldo
Vovó Filó: ai , ai, preciso encontrar os meus óculos, não sei onde eu deixei...será que foi na minha caixinha de linhas, ou será que foi na gaveta da cozinha?...Teobaldo!!!
Téo: ai vovó, que grito foi esse?
Vovó: eu estou procurando os meus óculos, você viu onde eu deixei?
Téo: vovó, a senhora está de óculos! Parece que tá ficando gagá...
Vovó: gagá? Eu? Logo eu? Eu tou mais é pra gaga, lady gaga...(musiquinha)o o o o o o o o o...
(chega o Juquinha)
Juquinha: vovó, já tá na hora da missa com as crianças?
Vovó: é daqui a pouco, às dez horas da manhã...ainda falta uma hora.
Juquinha: eu quero chegar cedo porque eu ouvi a dona Naná falando pro seu Quequé que a missa hoje é muito importante porque é dia da epifania...
Vovó: é mesmo, hoje é dia da epifania do senhor.
Téo: quem é a epifania? É uma prima de Jesus?
Juquinha: epifania parece mais nome de tia, daquelas tias bem estranhas...
Vovó: nada disso. Epifania não é nome de mulher, é uma solenidade da igreja...
Juquinha: e o que quer dizer então?
Vovó: epifania quer dizer revelação...quando Jesus nasceu foi revelado para os reis magos e para o mundo todo que o tão esperado messias, o filho de Deus havia nascido.
Téo: quer dizer que quando Jesus nasceu as pessoas já esperavam que isso acontecesse?
Vovó: já, nas escrituras o profeta Isaías já previa o nascimento do menino Jesus, o rei dos reis.
Juquinha: mas se ele é rei, porque não nasceu em um palácio, como os reis fazem?
Téo: é mesmo, ele nasceu em uma manjedoura, o lugar onde os animais comem...sem nenhuma riqueza.
Vovó: isso foi assim porque Deus já quis mostrar desde cedo que o reino de Jesus não é na terra, e sim no céu. Por isso não importa nada de palácios, nem riquezas...
Juquinha: é por isso que eu digo que Jesus é o cara...
Téo: vovó, eu quero fazer uma epifania...
Vovó: é o que menino?
Téo: epifania não é revelação? Então, eu quero fazer uma epifania...a senhora espera aí que eu vou à missa com vocês dois...quero começar o ano do melhor jeito...
Juquinha: que jeito?
Téo: de mãos dadas com Jesus...
Juquinha: então vamos logo vovó, do jeito que a senhora anda a gente só vai chegar lá pra missa das cinco.
Vovó: mas que absurdo é esse? Eu tou muito bem, viu, e para de ficar dizendo que eu sou velha...eu tou muito em forma...
Personagens: Juquinha, vovó filó, Teobaldo
Vovó Filó: ai , ai, preciso encontrar os meus óculos, não sei onde eu deixei...será que foi na minha caixinha de linhas, ou será que foi na gaveta da cozinha?...Teobaldo!!!
Téo: ai vovó, que grito foi esse?
Vovó: eu estou procurando os meus óculos, você viu onde eu deixei?
Téo: vovó, a senhora está de óculos! Parece que tá ficando gagá...
Vovó: gagá? Eu? Logo eu? Eu tou mais é pra gaga, lady gaga...(musiquinha)o o o o o o o o o...
(chega o Juquinha)
Juquinha: vovó, já tá na hora da missa com as crianças?
Vovó: é daqui a pouco, às dez horas da manhã...ainda falta uma hora.
Juquinha: eu quero chegar cedo porque eu ouvi a dona Naná falando pro seu Quequé que a missa hoje é muito importante porque é dia da epifania...
Vovó: é mesmo, hoje é dia da epifania do senhor.
Téo: quem é a epifania? É uma prima de Jesus?
Juquinha: epifania parece mais nome de tia, daquelas tias bem estranhas...
Vovó: nada disso. Epifania não é nome de mulher, é uma solenidade da igreja...
Juquinha: e o que quer dizer então?
Vovó: epifania quer dizer revelação...quando Jesus nasceu foi revelado para os reis magos e para o mundo todo que o tão esperado messias, o filho de Deus havia nascido.
Téo: quer dizer que quando Jesus nasceu as pessoas já esperavam que isso acontecesse?
Vovó: já, nas escrituras o profeta Isaías já previa o nascimento do menino Jesus, o rei dos reis.
Juquinha: mas se ele é rei, porque não nasceu em um palácio, como os reis fazem?
Téo: é mesmo, ele nasceu em uma manjedoura, o lugar onde os animais comem...sem nenhuma riqueza.
Vovó: isso foi assim porque Deus já quis mostrar desde cedo que o reino de Jesus não é na terra, e sim no céu. Por isso não importa nada de palácios, nem riquezas...
Juquinha: é por isso que eu digo que Jesus é o cara...
Téo: vovó, eu quero fazer uma epifania...
Vovó: é o que menino?
Téo: epifania não é revelação? Então, eu quero fazer uma epifania...a senhora espera aí que eu vou à missa com vocês dois...quero começar o ano do melhor jeito...
Juquinha: que jeito?
Téo: de mãos dadas com Jesus...
Juquinha: então vamos logo vovó, do jeito que a senhora anda a gente só vai chegar lá pra missa das cinco.
Vovó: mas que absurdo é esse? Eu tou muito bem, viu, e para de ficar dizendo que eu sou velha...eu tou muito em forma...
Teatrinho sobre o "Respeito aos Pais'
Esta pecinha foi apresentada em uma instituição de crianças carentes, em Valparaíso de Goiás, que têm pais dependentes químicos e/ou desempregados. Foi uma grande alegria! Quando eu cheguei com os bonecos os olhinhos delas brilharam...
“Pai merece respeito...sempre!”
Personagens: narrador, Eduardo, vovó, Felipe, Zeca, ladrão, pai de Felipe( só a voz).
Narrador: na história de hoje vamos conhecer Eduardo , filho de Zeca. Eduardo é um garoto de 11 nos que não consegue aceitar o pai que tem, desempregado e fraco.
Eduardo: vovó, o meu pai já chegou?
Vó: chegou de onde, se ele nem saiu?
Eduardo: ou vó, o meu pai não vai trabalhar mais não? Eu vejo ele em casa o tempo todo,, deitado lá no sofá, roncando...
Vó: Eduardo, meu netinho, o seu pai esta desempregado, mas quando ele arrumar emprego tudo vai melhorar aqui em casa, a sua mãe não vai mais precisar trabalhar tanto, de domingo a domingo...
Eduardo: é mesmo...vó, a senhora sabia que o pai do Felipe trabalha todo dia?
Vó: eu sei sim, Edu, e o que tem isso?
Eduardo: é que eu queria que o meu pai fosse igual o pai dele...ele trabalha, deu um robô super maneiro pro Felipe no dia das crianças e ainda por cima tem aquele carrão muito doido.
Vó: Edu, o pai do Felipe é o pai do Felipe, não é o seu...você tem que parar de ficar o tempo todo falando dele e pensar mais no seu pai, certo?
Eduardo: certo...mas o pai do Felipe...
Vó: Edu, chega, vamos fazer o seguinte, convida o seu pai pra ir com você lá no mercado comprar as coisas que a sua mãe mandou...o dinheiro está aqui.
Edu: tá bom, eu vou chamar ele então.Pai? Paiê?
Zeca: o que foi Edu, me deixa descansar menino.
Edu: descansar do que, o senhor não faz nada.
Zeca: mas o que é isso, tá me desrespeitando agora?
Edu: é que a vó mancou chamar o senhor pra ir comigo lá no mercado comprar as coisas desta lista aqui. A mãe deixou até o dinheiro.
Zeca: ou filho, vamos comigo, aí a gente conversa um pouco, você me fala da sua escola, e ai, cheio de namoradas?
Edu: pai, eu só tenho 12 anos...tá doido? O senhor pode ir indo na frente que depois eu te acompanho, eu vou no banheiro, me deu dor de barriga de repente.
Zeca: não te problema, eu te espero. É bom que a gente vai conversando.
Edu: conversar o que? Vai falar do que? Da soneca que o senhor tirou depois do almoço? Da manhã que o senhor não fez nada? Não precisa pai, vai que eu demoro, e a vó precisa das coisas pra fazer a janta...
Zeca: não fiz nada? Que conversa é esse, fique sabendo que eu...que eu...fui atrás de emprego hoje...procurar emprego cansa, sabia?
Edu: mas o senhor foi procurar emprego hoje? Eu nem vi...
Zeca: não viu porque estava na escola, eu fui cedinho lá na agencia de emprego, mas não tinha nada pra mim..deixei o nome lá, qualquer coisa....mas já que você não quer ir comigo...me dá o dinheiro ai, anda logo.
Narrador: Edu deu o dinheiro pro pai e ficou pensando será que o pai finalmente tinha resolvido mudar de vida, mas quando a vó descobriu que ele tinha ido sozinha ficou preocupada, com medo de ele não fazer as compras e acabar gastando o dinheiro com outras coisas...
Vó: Edu, eu não falei pra você ir com o seu pai...quem mandou dar o dinheiro pra ele? Agora ele vai..
Edu: vai o que vó? Beber?
Vó: não é isso que eu ia dizer não, eu ia falar que ele vai perder o dinheiro, seu pai é muito distraído...
Edu: eu sei...distraído...tá bom vó, eu vou atrás dele então, tchau.
Narrador: Edu foi atrás do pai e encontrou ele na venda do seu Joaquim com um copo na mão. Ficou tão desapontado que deu meia volta e foi pra casa, arrasado. No caminho viu o pai do Felipe chegando do serviço dirigindo o seu carrão e o Felipe ali na porta esperando por ele. O pai do Felipe passou tão depressa que nem observou o filho. Por que será?, pensou Edu...deve ser pressa ou cansaço...porque ele sim tem motivos pra ficar cansado..pensou Edu.
Edu: vó, o pai ta´lá na venda, com um copo na mão.
Vó: ai meu Deus do céu, e agora, e o dinheiro das compras? A sua mãe vai brigar comigo porque eu deixei isso acontecer. Acoitada trabalha tanto e nem tem tempo de ir ao mercado.
Edu: ainda bem que ele foi procurar emprego, né vó?
Vó:procurar emprego? Seu pai?Quando?
Edu: hoje...ele não foi lá na agencia de emprego...ele falou que...
Vó: ah tá, ele falou é, eu tinha esquecido...
Edu: pior do que ele mentir pra mim vó é a senhora mentir também. Quer saber, eu vou lá na rua chamar o Felipe pra brincar comigo. Tchau.
Vó: vai meu neto, pode ir, que eu vou ficar aqui preparando a janta, pra quando a sua mãe chegar.
Edu: pra que? Se ela nunca janta com a gente mesmo, só chega tardão em casa...eu já vou, tchau.
Narrador: Edu foi até a casa de Felipe chamar o colega pra brincar. Chegando lá viu o pai dele deitado no sofá assistindo tevê, e a mulher na cozinha preparando a comida.
Edu: Felipe? O Felipe?
Felipe: o que foi Edu? Quer brincar?
Edu: quero, vamos lá à banca comprar uma pipa nova?Minha vó me deu um real.
Felipe: um real? Só dá pra pipa, e a linha?
Edu: a linha eu já tenho, é aquela mesmo...
Felipe: aquela sua linha tá toda emendada, não presta mais.
Edu: presta, vamos lá, quando o meu pai arrumar emprego ele falou que vai me dar uma linha nova, e uma pipa grande, um piaozão, do fluminense.
Felipe: do flu? Vai avoar...não presta pra nada.
Edu: ah é, e por acaso o flamengo é grande coisa, é?
Felipe: é claro que é...
Uma vez Flamengo
Sempre Flamengo
Flamengo sempre eu hei de ser
É o meu maior prazer
Vê-lo brilhar
Seja na terra
Seja no mar
Vencer, vencer, vencer
Uma vez Flamengo
Flamengo até morrer
Edu:
sou tricolor de coração.
Sou do clube tantas vezes campeão.
Fascina pela sua disciplina,
O fluminense me domina.
Eu tenho amor ao tricolor!
Pai do Felipe (em off): vamos parar com essa gritaria aí, Felipe, tá me atrapalhando a ver televisão.
Felipe: foi mal, pai...eu já vou sair. Vou lá na banca com o Edu, comprar pipa.
Pai do Felipe(em off): pra que? Você não saber empinar pipa...só pra ficar vendo os outros brincarem...
Felipe: vamos logo Edu...
Edu: vamos...seu pai tá nervoso?
Felipe: não, ele é assim mesmo...
Narrador: Edu foi com Felipe mas no caminho ficou pensando no pai do Felipe...ele parecia ser tão legal e de repente...dever estar cansado, de tanto trabalhar...Felipe e Edu chegaram a banca e enquanto estavam lá apareceu um ladrão.
Ladrão: todo mundo quieto, se mexer leva chumbo. Passa o dinheiro, celular, carteira, figurinha da copa, e também me dá duas pipas com linha...pipa do vasco, viu...coloca tudo no saco, mas cuidado pra não rasgar a pipa, é presente...
Narrador: o ladrão mal conseguia sair pela porta com o saco tão cheio...quando ia saindo correndo o saco prendeu e ele acabou caindo na calçada. Neste momento vinha Zeca, o pai de Eduardo.
Zeca: ei moço, cuidado aí, pode acabar se machucando.
Ladrão: cuidado o senhor comigo, que eu sou um ladrão.
Zeca: ladrão? Ai meu Deus, e agora?
Ladrão: agora entra aí e se junta com os outros que eu acabei de roubar...por falar nisso, vou aproveitar que o senhor chegou e me passa o dinherio, acarteira, o celular, o cordão de ouro, o relógio...
Zeca: vixe, seu ladrão, o senhor errou de vítima, eu ando tão duro que se o senhor olhar a minha carteira vai ficar com dó e botar dez reais nela,.
Ladrão: eu lá faço caridade, o meu negócio é roubar...não é possível que o senhor não tenha nada, nem celular...celular até criança de 3 anos já tem...
Zeca: é que eu já passei dos 3 anos...alem do mais eu vendi o celular...ninguém Le ligava mesmo...
Ladrão: então entre aí e se junte com estes abestados que eu roubei agora mesmo...bando de otário.
Narrador: enquanto o ladrão tentava roubar alguma coisa de Zeca, além do tempo dele, Felipe aproveitou e ligou escondido pro seu pai.
Felipe: alô, pai? Pai, eu tou aqui na banca e tou sendo roubado.
Pai de Felipe: então chame a policia.
Felipe: pai, o senhor não pode fazer nada não. O ladrão roubou o meu boné, o meu tênis, e o meu dinheiro do lanche da semana toda.
Pai de Felipe: quem mandou sair com dinheiro? Agora fique quieto e espere que logo tudo se resolve, eu vou lá na delegacia chamar o delegado.
Felipe: pode deixar, que eu não tenho como sair mesmo...
Ladrão: que negocio é esse aí, eu trago um amigo pra fazer companhia a vocês e você falando no celular? Com quem era?
Felipe: é ninguém não, foi engano?
Ladrão: engano?o meu engano foi não ter te revistado direito. Vem pra cá que eu vou te mostrar oqu eu faço com x9. Ande, venha.
Narrador: Edu neste momento ficou muito preocupado com Felipe, e muito mais preocupado ainda quando viu que o amigo de quem o ladrão falava era justamente o seu pai, um fraco que não podia ajudar ninguém, pelo menos era o que ele pensava...enquanto o ladrão levava Felipe Zeca conseguiu desamarrar o filho e os outros que estavam presos no banheiro. Edu pulou a janela e foi chamar ajuda, mas a sua fuga fez mais barulho do que devia.
Ladrão: o que está acontecendo? Outro celular?
Zeca: não senhor, deve ser a televisão ligada.
Ladrão: televisão? Onde, que eu não vi nada.
Zeca: o que? Você não viu a teve de led 3d bem ali, olhe lá pra tu ver.
Narrador: quando o ladrão se aproximou Zeca criou coragem e deu um golpe certeiro nele, depois levou ele pra pra fora, amarrou e entregou pra polícia. Todos foram salvos, graças a coragem de Zeca e de Edu. Felipe ficou muito decepcionado com o seu pai que em um momento de perigo não teve coragem de fazer nada. Depois que tudo estava resolvido ele apareceu, mas aí já não precisava mais. Por outro lado Edu ficou orgulhoso de seu pai.
Edu: pai, me desculpe ficar falando as coisas que eu disse pro senhor hoje, e ontem, e antes de ontem ...
Zeca: meu filho, me desculpe você, por não ser o pai perfeito que você queria...você pensa que eu não sei que você acha o pai do Felipe muito melhor do que eu...e deve ser mesmo, ele trabalha, tem carro, dinheiro...
Edu: é, mas na hora que precisou nada disso importou, quem ajudou foi o senhor, com coragem e esperteza. Me desculpe pai, posso te dar aquele abraço que o senhor pediu antes e eu não quis dar?
Zeca: é claro que pode filho, eu sempre vou estar aqui.
Edu: então vamos pra casa, pai, que hoje o senhor já foi herói demais por um dia.
Narrador: ambos foram para casa felizes. Edu, por passar a enxergar no pai qualidades que antes ele não percebia, e Zeca, sentindo-se tão amado pelo filho que está cheio de vontade de realmente procurar emprego e mudar de vida, pra deixar o filho cada vez mais orgulhoso do pai que tem.
Fim
“Pai merece respeito...sempre!”
Personagens: narrador, Eduardo, vovó, Felipe, Zeca, ladrão, pai de Felipe( só a voz).
Narrador: na história de hoje vamos conhecer Eduardo , filho de Zeca. Eduardo é um garoto de 11 nos que não consegue aceitar o pai que tem, desempregado e fraco.
Eduardo: vovó, o meu pai já chegou?
Vó: chegou de onde, se ele nem saiu?
Eduardo: ou vó, o meu pai não vai trabalhar mais não? Eu vejo ele em casa o tempo todo,, deitado lá no sofá, roncando...
Vó: Eduardo, meu netinho, o seu pai esta desempregado, mas quando ele arrumar emprego tudo vai melhorar aqui em casa, a sua mãe não vai mais precisar trabalhar tanto, de domingo a domingo...
Eduardo: é mesmo...vó, a senhora sabia que o pai do Felipe trabalha todo dia?
Vó: eu sei sim, Edu, e o que tem isso?
Eduardo: é que eu queria que o meu pai fosse igual o pai dele...ele trabalha, deu um robô super maneiro pro Felipe no dia das crianças e ainda por cima tem aquele carrão muito doido.
Vó: Edu, o pai do Felipe é o pai do Felipe, não é o seu...você tem que parar de ficar o tempo todo falando dele e pensar mais no seu pai, certo?
Eduardo: certo...mas o pai do Felipe...
Vó: Edu, chega, vamos fazer o seguinte, convida o seu pai pra ir com você lá no mercado comprar as coisas que a sua mãe mandou...o dinheiro está aqui.
Edu: tá bom, eu vou chamar ele então.Pai? Paiê?
Zeca: o que foi Edu, me deixa descansar menino.
Edu: descansar do que, o senhor não faz nada.
Zeca: mas o que é isso, tá me desrespeitando agora?
Edu: é que a vó mancou chamar o senhor pra ir comigo lá no mercado comprar as coisas desta lista aqui. A mãe deixou até o dinheiro.
Zeca: ou filho, vamos comigo, aí a gente conversa um pouco, você me fala da sua escola, e ai, cheio de namoradas?
Edu: pai, eu só tenho 12 anos...tá doido? O senhor pode ir indo na frente que depois eu te acompanho, eu vou no banheiro, me deu dor de barriga de repente.
Zeca: não te problema, eu te espero. É bom que a gente vai conversando.
Edu: conversar o que? Vai falar do que? Da soneca que o senhor tirou depois do almoço? Da manhã que o senhor não fez nada? Não precisa pai, vai que eu demoro, e a vó precisa das coisas pra fazer a janta...
Zeca: não fiz nada? Que conversa é esse, fique sabendo que eu...que eu...fui atrás de emprego hoje...procurar emprego cansa, sabia?
Edu: mas o senhor foi procurar emprego hoje? Eu nem vi...
Zeca: não viu porque estava na escola, eu fui cedinho lá na agencia de emprego, mas não tinha nada pra mim..deixei o nome lá, qualquer coisa....mas já que você não quer ir comigo...me dá o dinheiro ai, anda logo.
Narrador: Edu deu o dinheiro pro pai e ficou pensando será que o pai finalmente tinha resolvido mudar de vida, mas quando a vó descobriu que ele tinha ido sozinha ficou preocupada, com medo de ele não fazer as compras e acabar gastando o dinheiro com outras coisas...
Vó: Edu, eu não falei pra você ir com o seu pai...quem mandou dar o dinheiro pra ele? Agora ele vai..
Edu: vai o que vó? Beber?
Vó: não é isso que eu ia dizer não, eu ia falar que ele vai perder o dinheiro, seu pai é muito distraído...
Edu: eu sei...distraído...tá bom vó, eu vou atrás dele então, tchau.
Narrador: Edu foi atrás do pai e encontrou ele na venda do seu Joaquim com um copo na mão. Ficou tão desapontado que deu meia volta e foi pra casa, arrasado. No caminho viu o pai do Felipe chegando do serviço dirigindo o seu carrão e o Felipe ali na porta esperando por ele. O pai do Felipe passou tão depressa que nem observou o filho. Por que será?, pensou Edu...deve ser pressa ou cansaço...porque ele sim tem motivos pra ficar cansado..pensou Edu.
Edu: vó, o pai ta´lá na venda, com um copo na mão.
Vó: ai meu Deus do céu, e agora, e o dinheiro das compras? A sua mãe vai brigar comigo porque eu deixei isso acontecer. Acoitada trabalha tanto e nem tem tempo de ir ao mercado.
Edu: ainda bem que ele foi procurar emprego, né vó?
Vó:procurar emprego? Seu pai?Quando?
Edu: hoje...ele não foi lá na agencia de emprego...ele falou que...
Vó: ah tá, ele falou é, eu tinha esquecido...
Edu: pior do que ele mentir pra mim vó é a senhora mentir também. Quer saber, eu vou lá na rua chamar o Felipe pra brincar comigo. Tchau.
Vó: vai meu neto, pode ir, que eu vou ficar aqui preparando a janta, pra quando a sua mãe chegar.
Edu: pra que? Se ela nunca janta com a gente mesmo, só chega tardão em casa...eu já vou, tchau.
Narrador: Edu foi até a casa de Felipe chamar o colega pra brincar. Chegando lá viu o pai dele deitado no sofá assistindo tevê, e a mulher na cozinha preparando a comida.
Edu: Felipe? O Felipe?
Felipe: o que foi Edu? Quer brincar?
Edu: quero, vamos lá à banca comprar uma pipa nova?Minha vó me deu um real.
Felipe: um real? Só dá pra pipa, e a linha?
Edu: a linha eu já tenho, é aquela mesmo...
Felipe: aquela sua linha tá toda emendada, não presta mais.
Edu: presta, vamos lá, quando o meu pai arrumar emprego ele falou que vai me dar uma linha nova, e uma pipa grande, um piaozão, do fluminense.
Felipe: do flu? Vai avoar...não presta pra nada.
Edu: ah é, e por acaso o flamengo é grande coisa, é?
Felipe: é claro que é...
Uma vez Flamengo
Sempre Flamengo
Flamengo sempre eu hei de ser
É o meu maior prazer
Vê-lo brilhar
Seja na terra
Seja no mar
Vencer, vencer, vencer
Uma vez Flamengo
Flamengo até morrer
Edu:
sou tricolor de coração.
Sou do clube tantas vezes campeão.
Fascina pela sua disciplina,
O fluminense me domina.
Eu tenho amor ao tricolor!
Pai do Felipe (em off): vamos parar com essa gritaria aí, Felipe, tá me atrapalhando a ver televisão.
Felipe: foi mal, pai...eu já vou sair. Vou lá na banca com o Edu, comprar pipa.
Pai do Felipe(em off): pra que? Você não saber empinar pipa...só pra ficar vendo os outros brincarem...
Felipe: vamos logo Edu...
Edu: vamos...seu pai tá nervoso?
Felipe: não, ele é assim mesmo...
Narrador: Edu foi com Felipe mas no caminho ficou pensando no pai do Felipe...ele parecia ser tão legal e de repente...dever estar cansado, de tanto trabalhar...Felipe e Edu chegaram a banca e enquanto estavam lá apareceu um ladrão.
Ladrão: todo mundo quieto, se mexer leva chumbo. Passa o dinheiro, celular, carteira, figurinha da copa, e também me dá duas pipas com linha...pipa do vasco, viu...coloca tudo no saco, mas cuidado pra não rasgar a pipa, é presente...
Narrador: o ladrão mal conseguia sair pela porta com o saco tão cheio...quando ia saindo correndo o saco prendeu e ele acabou caindo na calçada. Neste momento vinha Zeca, o pai de Eduardo.
Zeca: ei moço, cuidado aí, pode acabar se machucando.
Ladrão: cuidado o senhor comigo, que eu sou um ladrão.
Zeca: ladrão? Ai meu Deus, e agora?
Ladrão: agora entra aí e se junta com os outros que eu acabei de roubar...por falar nisso, vou aproveitar que o senhor chegou e me passa o dinherio, acarteira, o celular, o cordão de ouro, o relógio...
Zeca: vixe, seu ladrão, o senhor errou de vítima, eu ando tão duro que se o senhor olhar a minha carteira vai ficar com dó e botar dez reais nela,.
Ladrão: eu lá faço caridade, o meu negócio é roubar...não é possível que o senhor não tenha nada, nem celular...celular até criança de 3 anos já tem...
Zeca: é que eu já passei dos 3 anos...alem do mais eu vendi o celular...ninguém Le ligava mesmo...
Ladrão: então entre aí e se junte com estes abestados que eu roubei agora mesmo...bando de otário.
Narrador: enquanto o ladrão tentava roubar alguma coisa de Zeca, além do tempo dele, Felipe aproveitou e ligou escondido pro seu pai.
Felipe: alô, pai? Pai, eu tou aqui na banca e tou sendo roubado.
Pai de Felipe: então chame a policia.
Felipe: pai, o senhor não pode fazer nada não. O ladrão roubou o meu boné, o meu tênis, e o meu dinheiro do lanche da semana toda.
Pai de Felipe: quem mandou sair com dinheiro? Agora fique quieto e espere que logo tudo se resolve, eu vou lá na delegacia chamar o delegado.
Felipe: pode deixar, que eu não tenho como sair mesmo...
Ladrão: que negocio é esse aí, eu trago um amigo pra fazer companhia a vocês e você falando no celular? Com quem era?
Felipe: é ninguém não, foi engano?
Ladrão: engano?o meu engano foi não ter te revistado direito. Vem pra cá que eu vou te mostrar oqu eu faço com x9. Ande, venha.
Narrador: Edu neste momento ficou muito preocupado com Felipe, e muito mais preocupado ainda quando viu que o amigo de quem o ladrão falava era justamente o seu pai, um fraco que não podia ajudar ninguém, pelo menos era o que ele pensava...enquanto o ladrão levava Felipe Zeca conseguiu desamarrar o filho e os outros que estavam presos no banheiro. Edu pulou a janela e foi chamar ajuda, mas a sua fuga fez mais barulho do que devia.
Ladrão: o que está acontecendo? Outro celular?
Zeca: não senhor, deve ser a televisão ligada.
Ladrão: televisão? Onde, que eu não vi nada.
Zeca: o que? Você não viu a teve de led 3d bem ali, olhe lá pra tu ver.
Narrador: quando o ladrão se aproximou Zeca criou coragem e deu um golpe certeiro nele, depois levou ele pra pra fora, amarrou e entregou pra polícia. Todos foram salvos, graças a coragem de Zeca e de Edu. Felipe ficou muito decepcionado com o seu pai que em um momento de perigo não teve coragem de fazer nada. Depois que tudo estava resolvido ele apareceu, mas aí já não precisava mais. Por outro lado Edu ficou orgulhoso de seu pai.
Edu: pai, me desculpe ficar falando as coisas que eu disse pro senhor hoje, e ontem, e antes de ontem ...
Zeca: meu filho, me desculpe você, por não ser o pai perfeito que você queria...você pensa que eu não sei que você acha o pai do Felipe muito melhor do que eu...e deve ser mesmo, ele trabalha, tem carro, dinheiro...
Edu: é, mas na hora que precisou nada disso importou, quem ajudou foi o senhor, com coragem e esperteza. Me desculpe pai, posso te dar aquele abraço que o senhor pediu antes e eu não quis dar?
Zeca: é claro que pode filho, eu sempre vou estar aqui.
Edu: então vamos pra casa, pai, que hoje o senhor já foi herói demais por um dia.
Narrador: ambos foram para casa felizes. Edu, por passar a enxergar no pai qualidades que antes ele não percebia, e Zeca, sentindo-se tão amado pelo filho que está cheio de vontade de realmente procurar emprego e mudar de vida, pra deixar o filho cada vez mais orgulhoso do pai que tem.
Fim
Teatrinho para retiro de primeira comunhão
Esta pecinha foi apresentada no colégio Marista da Asa Norte, DF, em 21 de outubro de 2011. Para mim, foi uma grande satisfação poder falar da Eucaristia através dos meus bonecos de espuma!
Personagens: Vovó Filó, Kadu, Suzi, mãe da Suzi, Luk, Dona Socorro.
Vovó Filó: (cantando: segura na mão de Deus). Ai como eu estou cansada, parece até que eu tou ficando velha...deve ser porque este é o segundo velório que eu vou só nesta semana, eu não entendo como as minhas amigas estão morrendo jovens.Dagmar, minha amiga de infância, fizemos o primário juntas(para quem não sabe primário era o nome dado ao ensino fundamental na minha época de colégio) pois é,como eu ia dizendo fizemos o primário juntas no Rio de Janeiro eu a Dagmar e a princesa Isabel,tão nova meu Deus... Ai meu Deus, eu não sei por que só cantam esta musica em velório segura na mão de Deus, bem que podiam mudar isto, seria muito mais divertido se cantassem: o meu lugar é o céu, é lá que eu quero morar...(entra Kadu)
Kadu: tchau bisa, eu já vou pra catequese. A benção.
Vovó Filó: Kadu, meu bisnetinho, pode me chamar de Vovó Filó mesmo, se ficar me chamando de bisa vai parecer que eu tenho mais idade...
Kadu: está bem, vovó Filó, foi mal...
Vovó Filó: de onde você está vindo no domingo tão cedo?
Kadu: poxa, vovó, todo domingo a senhora faz a mesma pergunta: eu estou vindo da catequese, esqueceu?
Vovó Filó: é claro que não, e não precisa gritar, era só pra confirmar mesmo. E quando é que finalmente você irá receber a sua primeira comunhão, hein?
Kadu: na próxima semana. A senhora vai, não vai?
Vovó Filó: é claro que sim, eu não perco a primeira eucaristia de ninguém: fui a de cada um dos meus 6 filhos, dos meus 17 netos e dos meus 33 bisnetos... Eu não perco uma.
Kadu: credo vovó, até parece que primeira comunhão é a coisa mais importante do mundo.
Vovó filó: mas é claro que é: é o momento em que nós recebemos pela primeira vez Jesus em nosso coração. Merece ser festejado, celebrado, inesquecível...
Kadu: tá bem vovó, já entendi viu? Agora eu vou guardar as minhas coisas lá no quarto. Tchau!
(kadu sai de cena)
Vovó Filó: agora que o Kadu já saiu eu vou... Eu vou...onde é que eu estava indo mesmo? Ah, lembrei, eu vou pegar com o meu terço pela primeira comunhão dele, pra Nossa Senhora proteger e nada de mal atrapalhar este momento tão especial...(vovó sai e Suzi entra).
Suzi: ao telefone: Alô é do açougue? Ei moço, o senhor tem pé de porco? E orelha de porco? E focinho de porco, o senhor tem? O senhor por acaso tem rabo de porco? Nossa, o senhor deve ser horrível...kakakaka...ai como eu sou bandida!(chega o Kadu).
Kadu: mas o que você está fazendo aí Suzi?
Suzi: é que eu estou sem internet e não tem nada pra fazer, aí eu resolvi passar uns trotes pra passar o tempo.
Kadu: deve estar entediada mesmo, porque passar trote... É o fim...
Suzi: e você, tá fazendo o quê com este livrinho grosso aí?
Kadu: livrinho? Ah, a bíblia... Eu fui à catequese. Semana que vem será a minha primeira comunhão.
Suzi: primeira comunhão? O que é isso?
Kadu: você não sabe o que é primeira comunhão?
Suzi: eu não, era pra saber?
Kadu: eu acho que era sim. Primeira comunhão é receber a hóstia na missa.
Suzi: hóstia? O que é isso?
Kadu: hóstia... É aquele pãozinho que o padre põe na boca da gente, na missa... Você já foi alguma vez na igreja?
Suzi: é claro que eu já fui: no casamento da minha tia, no batizado da minha prima, na missa de sétimo dia da minha vó...
Kadu: então, sabe aquela hora que a gente recebe a comunhão, pra receber pela primeira vez tem que fazer a catequese. Entendeu?
Suzi: entendi... Tá me chamado de burra?
Kadu: não é isso, é que eu tou achando estranho alguém que não sabe o que é catequese, eucaristia, essas coisas de Deus... Então eu já vou, tchau.
Suzi: tchau! (kadu sai)
Suzi: mas que coisa é essa de catequese? Eu vou perguntar pra minha mãe. Mããããããããe!
(Entra a mãe de Suzi)
Mãe de Suzi: o que foi menina, manhã de domingo e você me acorda às dez da madrugada!!!
Suzi: mãe, eu encontrei o Kadu e ele tava vindo da catequese que ele vai todo domingo e falou que vai fazer a primeira comunhão na semana que vem e vai receber a hóstia que é aquele pãozinho que o padre dá e eu quero saber pra que serve isto!
Mãe de Suzi: calma garota, que eu ainda estou acordando, que negócio de pão é este que você tá falando? O kadu foi comprar pão pro padre, é isso?
Suzi: não mãe, ele foi pra catequese. O que é catequese?
Mãe de Suzi: catequese? Catequese é um negócio que a gente faz quando tem dez anos. Ano que vem eu vou colocar você, tá bom? Agora boa noite, vou dormir mais um pouquinho, não fica me chamando não...(a mãe de Suzi sai)
Suzi: mas que coisa chata, ninguém sabe me explicar pra que serve catequese, hóstia, eucaristia... Pelo menos se a internet tivesse funcionando era só jogar no Google e pronto!
(Suzi sai de cena, entra o amigo de Kadu, o Luk).
Luk: cantando: baby, baby, baby ah...baby, baby, baby ah...
Luk: Kadu? Kadu? Desce aí, vamos ficar aqui em baixo do prédio um pouco?
Kadu: já vou descer peraí.(kadu chega)
Kadu: e aí Luk, beleza?
Luk: belezinha, tá fazendo o quê?
Kadu: ah, eu tava lendo a bíblia.
Luk: lendo a Bíblia? Aquela parada maior grossa, maior cheia de letrinha pequena? Tá maluco? Já sei: tá de castigo, é isso. O seu pai mandou copiar a bíblia inteira, foi?
Kadu: claro que não, tá maluco?
Luk: é que uma vez o meu pai me mandou copiar um livro assim maior grossão, fiquei com a mão maior doendo uma semana.
Kadu: que livro? A bíblia?
Luk: não, a lista telefônica... De São Paulo.
Kadu: de São Paulo?
Luk: e você, tá lendo a bíblia então pra que?
Kadu: é que semana que vem será a minha primeira comunhão e a catequista passou o capítulo em que Jesus consagra o pão e o vinho pra gente ler. Está em João.
Luk: João? Que João?
Kadu: o João da bíblia. Do evangelho. Evangelho de João.
Luk: conheço não, talvez só de vista. E aí, vamos jogar bola, o pessoal tá lá na quadra de baixo.
Kadu: agora não. Escuta, Luk, você já fez a primeira comunhão?
Luk: já... Já fiz até a segunda... Eu tenho um primo que já tá na terceira...
Kadu: terceira o quê? Comunhão? Tá de caô Luk? Eu tou falando de religião!
Luk: ah, eu pensei que era de missão do play station que você tava falando.
Kadu: deixa pra lá, eu já vi que você não fez não.
Luk: desculpa, foi mal. Vai ficar chateado com isso agora, só porque eu não fiz essa parada aí que tu tá falando?
Kadu: eu tou chateado, mas é com outra coisa. Agora eu vou subir, minha vó tá me esperando pra almoçar. Tchau.
Luk: tá, falou então. Qualquer coisa a gente está lá na quadra, beleza?
Kadu: beleza, tchau.(Luk sai e Kadu permanece. Chega vovó Filó.)
Vovó Filó: Kadu, o que foi? Tá triste?
Kadu: não é isso não, vó. É que eu tava conversando com a Suzi e com o Luk e ninguém vai à catequese. Tem gente que não sabe nem o que é eucaristia, sabia?
Vovó Filó: sabia sim, meu filho. E é muito triste tudo isso. Olhe só, aqui na quadra, quantas pessoas não tem em cada bloco desses, e a igreja, vazia. As pessoas só pensam em trabalhar, estudar, passar n concurso do senado... Ninguém se importa mais com religião, com a fé.
Kadu: eu sei vovó, e o pior é que eu também não consigo explicar direito o que é a primeira comunhão, hóstia, essas coisas.
Vovó Filó: Kadu, as coisas de Deus são misteriosas e profundas, e a nossa inteligência não é capaz de compreender totalmente. Como é que pode Deus se fazer pão? Como é que a gente, ser humano pecador, pode receber Deus no nosso corpo? Não dá mesmo pra entender. Mas quem disse que é pra entender? O negócio é obedecer, amar, servir.
Kadu: eu já sei, vou perguntar pra minha catequista depois.
Vovó Filó: mas antes vamos subir pra almoçar. Sua mãe preparou um fígado acebolado com fritas, uma delícia... Vamos.
Kadu: fígado acebolado com fritas? Fala sério vó!
Vovó Filó: brincadeirinha... Não tem fritas não, só o fígado mesmo...
(saem os dois). Entram Kadu, Suzi e Luk.
Luk: que parada tá pegando Kadu? Pra que você chamou a gente aqui?
Suzi: é isso aí Kadu, eu ainda não entendi o que você quer com a gente. Dá pra explicar?
Kadu: dá pra explicar, mas quem vai explicar é a Socorro, a minha catequista, e ela já vai chegar.
Luk: oh, eu não tou gostando desta parada de catequista, é do síndico? Eu vou logo dizendo que eu não fiz nada, quem quebrou o vidro do carro da dona do 211 foi o Serginho...
Kadu: não é nada de síndico não, peraí um pouco.
Socorro: oi Kadu. Que bom que você reuniu os seus amigos. Podem perguntar.
Kadu: dona Socorro, eu vou fazer a primeira comunhão e queria explicar pros meus amigos o que é isso, mas eu não consigo direito.
Suzi: é mesmo, ele falou, falou e não disse nada.
Luk: falou? Falou o que?
Socorro: o momento da primeira comunhão é o momento em que recebemos pela primeira vez o corpo de Cristo. Cristo vivo e presente na hóstia, no pão sagrado distribuído na missa.
Suzi: como assim?
Socorro: Jesus durante 33 anos viveu na terra entre nós, mas quando ele voltou para o céu pensou na melhor forma de continuar conosco, então ele se fez pão, porque pão tem em todo lugar, seja rico ou pobre, no Brasil o no Japão. É como pão que ele está entre nós!
Luk: é isso aí, lá em casa tem pão todo dia. E na minha vó também tem. E ela mora na Argentina.
Socorro: por isso nós precisamos fazer a catequese, que é a preparação para a Eucaristia.
Suzi: e depois quem fez a catequese e fez a primeira comunhão vai poder comungar sempre?
Socorro: poder, pode...mas antes precisa estar com o coração limpo, sem pecado mortal. Se tiver pecado mortal precisa antes fazer uma confissão.
Kadu: agora eu entendi, dona Socorro. Receber Jesus é tão importante que precisa de uma preparação: a catequese.
Socorro: e depois da primeira comunhão precisa fazer regularmente a confissão.
Suzi: é como se fosse uma faxina toda vez que vai chegar uma visita importante. Entendi.
Socorro: bem, agora eu preciso ir. Qualquer dúvida, pode me ligar. Tchau.(Dona Socorro sai).
Luk: socorro, este negócio de Jesus é muito legal. Vou falar pra minha mãe me matricular na catequese também. Também quero receber Jesus!
Suzi: eu também vou entrar na catequese o ano que vem.
Luk: você não precisa mais, né Kadu, este ano você já vai receber a primeira comunhão.
Kadu: é, mas a primeira comunhão não é o final, é só o primeiro passo de uma vida cristã. Por isso eu vou continuar na igreja, vou fazer a perseverança, a preparação pra a crisma, tou pensando até em entrar no grupo de jovens.
Luk: é isso aí, eu vou junto. Vamos nessa então. Vou pra casa falar com a minha mãe. Ah, e no dia da sua primeira comunhão eu vou assistir, tá bom?
Kadu: demorou, valeu. Então até lá, tchau. (Luk sai.)
Suzi: valeu Kadu, ter chamado a catequista pra conversar com a gente, eu tava doidinha pra entender e ninguém sabia me explicar nada. Valeu.
Kadu: valeu. Te espero lá na igreja, tá bom?
Suzi: pode esperar que eu vou também. Agora eu preciso ir. Tchau.
Kadu: eu vou descer o elevador com você. Vamos. (Suzi e Kadu saem, vovó Filó entra.)
Vovó Filó: O meu lugar é o céu...é lá eu quero morar...o meu lugar é o céu...o meu lugar é o céu..
(Kadu entra.). Kadu, meu bisnetinho, que coisa mais linda foi a sua primeira eucaristia. Você ali recebendo a hóstia consagrada. Fico toda emocionada! Sua mãe até chorou, eu vi. Daqui a pouco eu vou ver as fotos no computador porque com aquele tanto de fotógrafo no altar...
Kadu: vovó, agora que eu recebi a primeira comunhão já tou com vontade de ir à missa e receber Jesus de novo. É tão bom que eu acho que a gente devia celebrar também a segunda comunhão, a terceira comunhão, a quarta comunhão...
Vovó Filó: tem razão, tem razão...é maravilhoso...Eu sempre me emociono nestas celebrações: batizado, eucaristia, crisma, matrimônio...podem me convidar que eu tou em todas. Enquanto as minhas canelinhas agüentarem eu vou à igreja...porque quando eu estou na igreja eu me sinto no céu, é por isso que eu canto: O meu lugar é o céu...é lá eu quero morar...o meu lugar é o céu...ai ai, preciso aprender a segunda parte desta música...o meu lugar é o céu...
Fim
Personagens: Vovó Filó, Kadu, Suzi, mãe da Suzi, Luk, Dona Socorro.
Vovó Filó: (cantando: segura na mão de Deus). Ai como eu estou cansada, parece até que eu tou ficando velha...deve ser porque este é o segundo velório que eu vou só nesta semana, eu não entendo como as minhas amigas estão morrendo jovens.Dagmar, minha amiga de infância, fizemos o primário juntas(para quem não sabe primário era o nome dado ao ensino fundamental na minha época de colégio) pois é,como eu ia dizendo fizemos o primário juntas no Rio de Janeiro eu a Dagmar e a princesa Isabel,tão nova meu Deus... Ai meu Deus, eu não sei por que só cantam esta musica em velório segura na mão de Deus, bem que podiam mudar isto, seria muito mais divertido se cantassem: o meu lugar é o céu, é lá que eu quero morar...(entra Kadu)
Kadu: tchau bisa, eu já vou pra catequese. A benção.
Vovó Filó: Kadu, meu bisnetinho, pode me chamar de Vovó Filó mesmo, se ficar me chamando de bisa vai parecer que eu tenho mais idade...
Kadu: está bem, vovó Filó, foi mal...
Vovó Filó: de onde você está vindo no domingo tão cedo?
Kadu: poxa, vovó, todo domingo a senhora faz a mesma pergunta: eu estou vindo da catequese, esqueceu?
Vovó Filó: é claro que não, e não precisa gritar, era só pra confirmar mesmo. E quando é que finalmente você irá receber a sua primeira comunhão, hein?
Kadu: na próxima semana. A senhora vai, não vai?
Vovó Filó: é claro que sim, eu não perco a primeira eucaristia de ninguém: fui a de cada um dos meus 6 filhos, dos meus 17 netos e dos meus 33 bisnetos... Eu não perco uma.
Kadu: credo vovó, até parece que primeira comunhão é a coisa mais importante do mundo.
Vovó filó: mas é claro que é: é o momento em que nós recebemos pela primeira vez Jesus em nosso coração. Merece ser festejado, celebrado, inesquecível...
Kadu: tá bem vovó, já entendi viu? Agora eu vou guardar as minhas coisas lá no quarto. Tchau!
(kadu sai de cena)
Vovó Filó: agora que o Kadu já saiu eu vou... Eu vou...onde é que eu estava indo mesmo? Ah, lembrei, eu vou pegar com o meu terço pela primeira comunhão dele, pra Nossa Senhora proteger e nada de mal atrapalhar este momento tão especial...(vovó sai e Suzi entra).
Suzi: ao telefone: Alô é do açougue? Ei moço, o senhor tem pé de porco? E orelha de porco? E focinho de porco, o senhor tem? O senhor por acaso tem rabo de porco? Nossa, o senhor deve ser horrível...kakakaka...ai como eu sou bandida!(chega o Kadu).
Kadu: mas o que você está fazendo aí Suzi?
Suzi: é que eu estou sem internet e não tem nada pra fazer, aí eu resolvi passar uns trotes pra passar o tempo.
Kadu: deve estar entediada mesmo, porque passar trote... É o fim...
Suzi: e você, tá fazendo o quê com este livrinho grosso aí?
Kadu: livrinho? Ah, a bíblia... Eu fui à catequese. Semana que vem será a minha primeira comunhão.
Suzi: primeira comunhão? O que é isso?
Kadu: você não sabe o que é primeira comunhão?
Suzi: eu não, era pra saber?
Kadu: eu acho que era sim. Primeira comunhão é receber a hóstia na missa.
Suzi: hóstia? O que é isso?
Kadu: hóstia... É aquele pãozinho que o padre põe na boca da gente, na missa... Você já foi alguma vez na igreja?
Suzi: é claro que eu já fui: no casamento da minha tia, no batizado da minha prima, na missa de sétimo dia da minha vó...
Kadu: então, sabe aquela hora que a gente recebe a comunhão, pra receber pela primeira vez tem que fazer a catequese. Entendeu?
Suzi: entendi... Tá me chamado de burra?
Kadu: não é isso, é que eu tou achando estranho alguém que não sabe o que é catequese, eucaristia, essas coisas de Deus... Então eu já vou, tchau.
Suzi: tchau! (kadu sai)
Suzi: mas que coisa é essa de catequese? Eu vou perguntar pra minha mãe. Mããããããããe!
(Entra a mãe de Suzi)
Mãe de Suzi: o que foi menina, manhã de domingo e você me acorda às dez da madrugada!!!
Suzi: mãe, eu encontrei o Kadu e ele tava vindo da catequese que ele vai todo domingo e falou que vai fazer a primeira comunhão na semana que vem e vai receber a hóstia que é aquele pãozinho que o padre dá e eu quero saber pra que serve isto!
Mãe de Suzi: calma garota, que eu ainda estou acordando, que negócio de pão é este que você tá falando? O kadu foi comprar pão pro padre, é isso?
Suzi: não mãe, ele foi pra catequese. O que é catequese?
Mãe de Suzi: catequese? Catequese é um negócio que a gente faz quando tem dez anos. Ano que vem eu vou colocar você, tá bom? Agora boa noite, vou dormir mais um pouquinho, não fica me chamando não...(a mãe de Suzi sai)
Suzi: mas que coisa chata, ninguém sabe me explicar pra que serve catequese, hóstia, eucaristia... Pelo menos se a internet tivesse funcionando era só jogar no Google e pronto!
(Suzi sai de cena, entra o amigo de Kadu, o Luk).
Luk: cantando: baby, baby, baby ah...baby, baby, baby ah...
Luk: Kadu? Kadu? Desce aí, vamos ficar aqui em baixo do prédio um pouco?
Kadu: já vou descer peraí.(kadu chega)
Kadu: e aí Luk, beleza?
Luk: belezinha, tá fazendo o quê?
Kadu: ah, eu tava lendo a bíblia.
Luk: lendo a Bíblia? Aquela parada maior grossa, maior cheia de letrinha pequena? Tá maluco? Já sei: tá de castigo, é isso. O seu pai mandou copiar a bíblia inteira, foi?
Kadu: claro que não, tá maluco?
Luk: é que uma vez o meu pai me mandou copiar um livro assim maior grossão, fiquei com a mão maior doendo uma semana.
Kadu: que livro? A bíblia?
Luk: não, a lista telefônica... De São Paulo.
Kadu: de São Paulo?
Luk: e você, tá lendo a bíblia então pra que?
Kadu: é que semana que vem será a minha primeira comunhão e a catequista passou o capítulo em que Jesus consagra o pão e o vinho pra gente ler. Está em João.
Luk: João? Que João?
Kadu: o João da bíblia. Do evangelho. Evangelho de João.
Luk: conheço não, talvez só de vista. E aí, vamos jogar bola, o pessoal tá lá na quadra de baixo.
Kadu: agora não. Escuta, Luk, você já fez a primeira comunhão?
Luk: já... Já fiz até a segunda... Eu tenho um primo que já tá na terceira...
Kadu: terceira o quê? Comunhão? Tá de caô Luk? Eu tou falando de religião!
Luk: ah, eu pensei que era de missão do play station que você tava falando.
Kadu: deixa pra lá, eu já vi que você não fez não.
Luk: desculpa, foi mal. Vai ficar chateado com isso agora, só porque eu não fiz essa parada aí que tu tá falando?
Kadu: eu tou chateado, mas é com outra coisa. Agora eu vou subir, minha vó tá me esperando pra almoçar. Tchau.
Luk: tá, falou então. Qualquer coisa a gente está lá na quadra, beleza?
Kadu: beleza, tchau.(Luk sai e Kadu permanece. Chega vovó Filó.)
Vovó Filó: Kadu, o que foi? Tá triste?
Kadu: não é isso não, vó. É que eu tava conversando com a Suzi e com o Luk e ninguém vai à catequese. Tem gente que não sabe nem o que é eucaristia, sabia?
Vovó Filó: sabia sim, meu filho. E é muito triste tudo isso. Olhe só, aqui na quadra, quantas pessoas não tem em cada bloco desses, e a igreja, vazia. As pessoas só pensam em trabalhar, estudar, passar n concurso do senado... Ninguém se importa mais com religião, com a fé.
Kadu: eu sei vovó, e o pior é que eu também não consigo explicar direito o que é a primeira comunhão, hóstia, essas coisas.
Vovó Filó: Kadu, as coisas de Deus são misteriosas e profundas, e a nossa inteligência não é capaz de compreender totalmente. Como é que pode Deus se fazer pão? Como é que a gente, ser humano pecador, pode receber Deus no nosso corpo? Não dá mesmo pra entender. Mas quem disse que é pra entender? O negócio é obedecer, amar, servir.
Kadu: eu já sei, vou perguntar pra minha catequista depois.
Vovó Filó: mas antes vamos subir pra almoçar. Sua mãe preparou um fígado acebolado com fritas, uma delícia... Vamos.
Kadu: fígado acebolado com fritas? Fala sério vó!
Vovó Filó: brincadeirinha... Não tem fritas não, só o fígado mesmo...
(saem os dois). Entram Kadu, Suzi e Luk.
Luk: que parada tá pegando Kadu? Pra que você chamou a gente aqui?
Suzi: é isso aí Kadu, eu ainda não entendi o que você quer com a gente. Dá pra explicar?
Kadu: dá pra explicar, mas quem vai explicar é a Socorro, a minha catequista, e ela já vai chegar.
Luk: oh, eu não tou gostando desta parada de catequista, é do síndico? Eu vou logo dizendo que eu não fiz nada, quem quebrou o vidro do carro da dona do 211 foi o Serginho...
Kadu: não é nada de síndico não, peraí um pouco.
Socorro: oi Kadu. Que bom que você reuniu os seus amigos. Podem perguntar.
Kadu: dona Socorro, eu vou fazer a primeira comunhão e queria explicar pros meus amigos o que é isso, mas eu não consigo direito.
Suzi: é mesmo, ele falou, falou e não disse nada.
Luk: falou? Falou o que?
Socorro: o momento da primeira comunhão é o momento em que recebemos pela primeira vez o corpo de Cristo. Cristo vivo e presente na hóstia, no pão sagrado distribuído na missa.
Suzi: como assim?
Socorro: Jesus durante 33 anos viveu na terra entre nós, mas quando ele voltou para o céu pensou na melhor forma de continuar conosco, então ele se fez pão, porque pão tem em todo lugar, seja rico ou pobre, no Brasil o no Japão. É como pão que ele está entre nós!
Luk: é isso aí, lá em casa tem pão todo dia. E na minha vó também tem. E ela mora na Argentina.
Socorro: por isso nós precisamos fazer a catequese, que é a preparação para a Eucaristia.
Suzi: e depois quem fez a catequese e fez a primeira comunhão vai poder comungar sempre?
Socorro: poder, pode...mas antes precisa estar com o coração limpo, sem pecado mortal. Se tiver pecado mortal precisa antes fazer uma confissão.
Kadu: agora eu entendi, dona Socorro. Receber Jesus é tão importante que precisa de uma preparação: a catequese.
Socorro: e depois da primeira comunhão precisa fazer regularmente a confissão.
Suzi: é como se fosse uma faxina toda vez que vai chegar uma visita importante. Entendi.
Socorro: bem, agora eu preciso ir. Qualquer dúvida, pode me ligar. Tchau.(Dona Socorro sai).
Luk: socorro, este negócio de Jesus é muito legal. Vou falar pra minha mãe me matricular na catequese também. Também quero receber Jesus!
Suzi: eu também vou entrar na catequese o ano que vem.
Luk: você não precisa mais, né Kadu, este ano você já vai receber a primeira comunhão.
Kadu: é, mas a primeira comunhão não é o final, é só o primeiro passo de uma vida cristã. Por isso eu vou continuar na igreja, vou fazer a perseverança, a preparação pra a crisma, tou pensando até em entrar no grupo de jovens.
Luk: é isso aí, eu vou junto. Vamos nessa então. Vou pra casa falar com a minha mãe. Ah, e no dia da sua primeira comunhão eu vou assistir, tá bom?
Kadu: demorou, valeu. Então até lá, tchau. (Luk sai.)
Suzi: valeu Kadu, ter chamado a catequista pra conversar com a gente, eu tava doidinha pra entender e ninguém sabia me explicar nada. Valeu.
Kadu: valeu. Te espero lá na igreja, tá bom?
Suzi: pode esperar que eu vou também. Agora eu preciso ir. Tchau.
Kadu: eu vou descer o elevador com você. Vamos. (Suzi e Kadu saem, vovó Filó entra.)
Vovó Filó: O meu lugar é o céu...é lá eu quero morar...o meu lugar é o céu...o meu lugar é o céu..
(Kadu entra.). Kadu, meu bisnetinho, que coisa mais linda foi a sua primeira eucaristia. Você ali recebendo a hóstia consagrada. Fico toda emocionada! Sua mãe até chorou, eu vi. Daqui a pouco eu vou ver as fotos no computador porque com aquele tanto de fotógrafo no altar...
Kadu: vovó, agora que eu recebi a primeira comunhão já tou com vontade de ir à missa e receber Jesus de novo. É tão bom que eu acho que a gente devia celebrar também a segunda comunhão, a terceira comunhão, a quarta comunhão...
Vovó Filó: tem razão, tem razão...é maravilhoso...Eu sempre me emociono nestas celebrações: batizado, eucaristia, crisma, matrimônio...podem me convidar que eu tou em todas. Enquanto as minhas canelinhas agüentarem eu vou à igreja...porque quando eu estou na igreja eu me sinto no céu, é por isso que eu canto: O meu lugar é o céu...é lá eu quero morar...o meu lugar é o céu...ai ai, preciso aprender a segunda parte desta música...o meu lugar é o céu...
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